GSOA e GSMA unem forças em favor da integração entre TN e NTN

Sistemas de comunicação podem ser considerados hoje um ativo essencial na vida de pessoas e empresas. Tendo isso em vista, a Associação Global de Operadoras de Satélites (GSOA) e a GSMA, que representa o ecossistema de comunicação móvel, anunciaram uma iniciativa de cooperação para promover a inovação e a integração entre redes terrestre e não terrestres (TN e NTN, nas siglas em inglês). Essa segunda classe de redes de telecomunicações opera acima da superfície terrestre, com satélites em órbitas terrestre baixa (LEO), média (MEO) e geoestacionária (GEO), além de plataformas de alta altitude (HAPS) e drones.

O objetivo da parceria é impulsionar o desenvolvimento dos sistemas de comunicação em nível mundial por meio da inovação, de padrões e de atividades que agreguem valor aos associados e à indústria como um todo por meio da experiência combinada das duas entidades e de sinergias entre tecnologias móveis e de satélite.

As atividades conjuntas vão se concentrar nos pontos fortes das duas classes de redes, como integração 5G, conectividade para Internet das Coisas (IoT), sensores e soluções de cobertura global. Também vão incluir programas educativos, workshops e eventos para aumentar a compreensão dos benefícios e oportunidades apresentados pela convergência das duas tecnologias.

“Estamos muito satisfeitos por poder colaborar com a GSMA e seus membros e assim avançar na integração das redes terrestres e não terrestres. Isso é fundamental para a criação de uma infraestrutura de comunicação omnipresente que ajudará a acelerar a inclusão digital e a transformação digital, abrangendo também áreas que atualmente não são servidas ou são mal atendidas”, afirma Isabelle Mauro, diretora geral da GSOA. A executiva destaca que, com a evolução do 5G e do 6G, essa convergência é fundamental para construirmos um mundo confiável, seguro, robusto e globalmente conectado.

Para Mats Granryd, diretor geral da GSMA, esse acordo de colaboração é um marco significativo na evolução das telecomunicações, sinalizando uma mudança na direção de uma infraestrutura global de redes mais interconectada e resiliente. “Ao trabalharmos juntos, podemos ajudar a indústria das telecomunicações a oferecer soluções inovadoras para conectar mais pessoas e mais dispositivos para benefício da indústria e da sociedade”, acrescenta o executivo.

Além disso, a GSOA e a Agência Espacial Europeia (ESA) anunciaram a assinatura de um memorando de intenções para cooperar de 5G e 6G com sistemas espaciais, inovação e integração de redes e tecnologias terrestres e de satélite.

Implementação do 5G e IoT

Números recentes da GSMA Intelligence (GSMAi) mostram que a conectividade 5G deverá representar mais de metade (51%) das conexões móveis até 2029, alcançando 56% até o final da década. O 5G responde pela implementação da geração móvel mais rápida até agora, ultrapassando um bilhão de conexões até o fim de 2022, 1,6 bilhões de conexões no final de 2023 e com previsão de atingir 5,5 bilhões em 2030.

Em janeiro de 2024, havia 261 operadores em 101 países oferecendo serviços comerciais 5G; mais de 90 operadores em 64 mercados já haviam se comprometido a implementar a tecnologia. Dos 261 serviços 5G comerciais disponíveis, 47 são fornecidos por redes 5G Standalone (SA), com mais 89 implantações planejadas no curto prazo.

Segundo a GSMAi, o crescimento das redes 5G SA ajudarão a concretizar a visão da Internet das Coisas para empresas. O segmento empresarial conta agora com 10,7 bilhões de conexões IoT (contra 10,5 bilhões do setor de consumo). A expectativa é que esse movimento tenha continuidade, fazendo com as conexões nas empresas mais do que dobrem, totalizando 38,5 bilhões até 2030. Edifícios inteligentes e manufatura inteligente vão representar 34% e 16%, respectivamente.

Além do 5G SA, a disponibilidade do 5G-Advanced com 3GPP Release 18 trará mais benefícios para sistemas IoT, servindo como catalisador para novos investimentos em 5G ao longo de 2024 e 2025. Dados da GSMAi mostram que mais da metade das operadoras espera começar a implantar o 5G- Advanced dentro de um ano após a disponibilidade de soluções comerciais, impulsionada por casos de uso prioritários, como serviços multicast 5G e IoT de baixo custo.