Zurique volta ao primeiro lugar do Smart City Index

Young male traveler using modern smart board with map and useful information for tourists
Sheila Zabeu -

Abril 25, 2024

Pela quinta vez seguida, a cidade de Zurique conquistou o primeiro lugar do Smart City Index do IMD, Instituto Internacional para Desenvolvimento da Gestão. Outras cidades suíças também estão entre as 10 primeiras colocações, Genebra em quinto lugar e Lausanne em sétimo. O índice avalia a percepção dos moradores sobre questões relacionadas às estruturas e aplicações tecnológicas disponíveis em 142 cidades ao redor do mundo.

As capitais Oslo (Noruega) e Camberra (Austrália) completaram o pódio do IMD, em segundo e terceiro lugares, respectivamente. Desde 2019, quando o índice foi lançado, essa foi a primeira vez em que nenhuma cidade norte-americana conseguiu alcançar as 20 primeiras posições.

“As cidades devem elaborar e adotar estratégias que possam permanecer relevantes no futuro coberto cada vez mais por incertezas”, disse Bruno Lanvin, presidente do Observatório de Cidades Inteligentes, parte do Centro de Competitividade Mundial do IMD, que realizou a pesquisa. “A confiança e a boa governança estão ganhando importância, e o uso da Inteligência Artificial (IA) no projeto e na gestão das cidades deverá crescer. Por mais contraintuitivo que possa parecer, a IA pode ajudar as cidades a se tornarem mais centradas nas pessoas.”

Smart City Index 1
Fonte: Smart City Index

O índice foi produzido pelo segundo ano consecutivo em parceria com a Organização Mundial de Cidades Inteligentes Sustentáveis (WeGO), com sede em Seul (Coreia do Sul), associação internacional de governos locais, fornecedores de soluções tecnológicas inteligentes e outras instituições. O relatório serve como uma referência valiosa para o progresso em matéria de abertura, inovação, inclusão e sustentabilidade.

Por que as cidades dos Estados Unidos caíram?

Cidades da América do Norte se mostraram mais voláteis na classificação anual do Smart City Index.

No ano passado, a maioria das cidades dos Estados Unidos havia subido de colocação no índice, mas caíram este ano. De acordo com Lavin, uma possível explicação pode ser encontrada no Build Back Better Framework, plano de investimentos públicos proposto pelo presidente norte-americano Joe Biden para o período entre 2020 e 2021, como foco em programas sociais, ambientais e de infraestrutura. “A iniciativa teve algum efeito positivo no passado, mas as eleições deste ano podem estar tornando as pessoas mais críticas sobre as áreas que precisam ser melhoradas”, acrescenta Lavin.

As cidades de Washington DC e Denver caíram 12 posições, enquanto Los Angeles caiu 11, San Francisco, nove, Nova York, sete e Chicago, quatro.

Somando-se ao grupo da América do Norte, Ottawa e Montreal, no Canadá, também apresentaram queda no ranking, três e nove posições, respectivamente. Segundo dados do estudo, houve uma deterioração da infraestrutura e da segurança em toda a região.

Na contramão

Já a qualidade de vida tem desempenhado um papel positivo em um número crescente de cidades. Zurique, Oslo, Cingapura, Abu Dhabi, Pequim e Seul são as cidades com desempenho mais consistente no Top 20 desde o início do índice em 2019. Sydney, Hong Kong, Xangai, Tallinn, Riade e Melbourne provavelmente entrarão no Top 20 em breve, a julgar pela dinâmica nos últimos anos.

No Brasil

Cidades brasileiras ficaram na lanterna do Smart City Index. Brasília foi a mais bem colocada, na 130ª posição, seguida por São Paulo em 132ª e pelo Rio de Janeiro em 139º lugar – uma queda em relação à edição do índice do ano passado nos três casos.

Smart City Index 2
Smart City Index 3

Para São Paulo e Rio de Janeiro, as principais preocupações são segurança e serviços de saúde. Em Brasília, inverte-se a ordem das questões prioritárias.Para São Paulo e Rio de Janeiro, as principais preocupações são segurança e serviços de saúde. Em Brasília, inverte-se a ordem das questões prioritárias.