Mercado de gestão térmica de data centers cresce acima das expectativas

O mercado de gestão térmica de data centers está superando as expectativas. Segundo nova pesquisa da Omdia, o segmento apresentou crescimento sem precedentes, atingindo o patamar de US$7,6 bilhões e devendo seguir crescendo a uma robusta taxa composta anual de 18,4% até 2028, alimentada principalmente pelas exigências e inovações no campo da Inteligência Artificial (IA) em infraestruturas de alta densidade.

Em particular, a demanda por refrigeração líquida aumentou significativamente, revela a pesquisa. Entre as principais tendências, está a rápida adoção de trocadores de calor por porta traseira (Rear Door Heat Exchangers – RDHx) combinados com resfriamento 1-P direct-to-chip. A taxa de crescimento dessa classe de tecnologia foi de impressionantes 65% ano após ano. Também se observa uma combinação estratégica de tecnologias de refrigeração líquida e a ar com o objetivo de manter uma gestão térmica mais equilibrada e eficiente.

“Em 2023, o mercado global de refrigeração de data centers experimentou uma maior taxa de consolidação, com índices de concentração Top5 e Top10 crescendo 5% em relação ao ano anterior”, afirma Shen Wang, principal analista da Omdia.

Nesse estudo, a Omdia expandiu a cobertura de fornecedores, somando 49 empresas, adicionando OEMs chineses e fornecedores diretos de componentes de refrigeração líquida. De acordo com Wang, Vertiv, Johnson Controls e Stulz mantiveram as três primeiras posições, com a Vertiv ganhando 6% de participação de mercado devido à forte demanda na América do Norte e às parcerias em nuvem.

O crescimento do mercado de refrigeração de data centers foi limitado principalmente pela capacidade de produção, em especial, de componentes como unidades de distribuição de refrigeração (CDUs), e não pela falta de demanda. No entanto, espera-se que melhorias previstas para 2024 devem aliviar o problema para que seja possível atender encomendas atrasadas.

Refrigeração líquida

A adoção da refrigeração líquida testemunhou um crescimento robusto, especialmente na América do Norte e na China, com novos fornecedores entrando em cena e outras empresas apresentando uma expansão significativa. Nesse mercado de refrigeração líquida que soma quase US$ 1 bilhão, a CoolIT, que fornece soluções direct-to-chip, continua liderando, seguida pela líder de refrigeração por imersão Sugon e pela Lenovo.

A gestão térmica de data centers deve crescer ainda mais devido aos impactos da IA ​​e aos requisitos de sustentabilidade. Futuramente, a integração de sistemas de refrigeração otimizados por IA, parcerias estratégicas com fornecedores e a demanda por soluções energeticamente eficientes e ecológicas vão moldar a evolução da indústria, prevê o estudo da Omdia.

Abordagens bem-sucedidas deverão estabelecer a gestão térmica como pedra angular das operações sustentáveis ​​e eficientes dos data centers, alinhando tecnologia com gestão ambiental. “A expectativa é que o mercado de refrigeração de data centers esteja avaliado em US$ 16,8 bilhões até 2028, por conta dos processos de digitalização, da elevada procura de capacidade energética e da migração para infraestruturas ecológicas. O modelo líquido surgrá como o principal do setor”, destaca Wang.

Microsoft abandona projeto de data center subaquático

A Microsoft abandonou seu projeto Natick envolvendo um data center subaquático. A confirmação foi feita ao site DCD, revelando que os esforços já haviam sido interrompidos há anos, ainda que estivessem sendo citados pela mídia como uma iniciativa em andamento.

“Não estamos construindo data centers submarinos em nenhum lugar do mundo”, disse Noelle Walsh, chefe da divisão Cloud Operations + Innovation (CO+I) da Microsoft ao DCD. “Trabalhamos nisso e funcionou. Aprendemos muito sobre operações abaixo do nível do mar, vibrações e impactos nos servidores e aplicaremos esses aprendizados a outras situações”, acrescentou a executiva.

A Microsoft iniciou o projeto Natick em 2013 e implantou um sistema de teste na costa da Escócia em 2018. A empresa abriu o código-fonte de uma série de patentes relacionadas a data centers submersos em 2021.

China e Coreia do Sul estão trabalhando em projetos de data centers subaquáticos.