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Home > IoT > Monitoramento de recursos > Melhores práticas de monitoramento auxiliam extração de lítido do Brasil
Agosto 16, 2024
Por Luis Arís*
Assim como acontece com outros países, a demanda pelo lítio também incentiva a abertura de novas minas de lítio no Brasil. Várias movimentações recentes comprovam a tendência de reposicionar o país entre os principais produtores do chamado petróleo branco. E potencial de exploração não falta. Segundo o Serviço Geológico do Brasil (CPRM), o país acaba deu um salto em termos de reservas de óxido de lítio contido (Li20), passando de 0,4% do total mundial para 8%. O incremento acontece em função do trabalho de prospecção da CPRM, com destaque para o projeto piloto do Vale do Jequitinhonha.
O estudo da CPRM apontou áreas potenciais para a descoberta de novos depósitos de lítio no nordeste do estado de Minas Gerais. Ao todo, o trabalho mapeou 45 ocorrências, sendo 20 inéditas e que foram estudadas e classificadas pelos pesquisadores da instituição. Falando de outra forma: a participação do Brasil na produção mundial, poderá mudar dos atuais 0,6% (dados do Serviço Geológicos dos Estados Unidos – USGS) e tornar o país uma nova fronteira da produção do metal, inclusive avançando para empreendimentos arrojados.
O Brasil tem muito a ganhar com a exploração do lítio, componente essencial de fontes renováveis de energia como painéis solares, turbinas eólicas e carros elétricos. Além do Vale do Jequitinhonha, em Minas Gerais, o minério também é encontrado na província de Borborema, localizada entre os estados de Pernambuco, Rio Grande do Norte e Ceará e na província de Solonópole, também no Ceará. Os recursos e reservas dessas localidades formam um montante de mais de 1 milhão de toneladas, posicionando o Brasil como a 7ª maior reserva do mundo.
Segundo o estudo US Geological, o Brasil é o quinto maior produtor de lítio do mundo, atingindo 4.900 toneladas em 2023. Em 2022 a quantidade de minério retirada do solo brasileiro foi de apenas 2.630 toneladas – esse crescimento confirma os investimentos em novas minas e na expansão das minas já existentes.
Uma razão para isso pode ser o fato de que o preço do lítio no mercado global subiu de aproximadamente USD 12.000 por tonelada em 2019 para USD 46.000 por tonelada em 2023.
As baterias de íons de lítio são a pedra angular do uso do lítio, sendo responsáveis por aproximadamente 90% do consumo global de lítio em 2022. Essas baterias alimentam uma ampla gama de produtos:
Antes de ser aplicado nas indústrias acima, o lítio tem de ser extraído do solo. A extração do lítio é feita tipicamente por meio de um processo denominado mineração de salmoura, que envolve extrair lítio de reservas de água salgada do subsolo. Esse processo envolve bombear água salgada para a superfície, onde ela é evaporada para remover o lítio e outros minerais. Infelizmente, esses metais tóxicos podem contaminar fontes de água, ameaçando não somente os seres humanos mas também a biodiversidade animal.
Cada tonelada de lítio minerado resulta em 15 toneladas de emissões de CO2 no ambiente. Além disso, estima-se que aproximadamente 500.000 litros de água sejam necessários para minerar aproximadamente 2,2 milhões de litros por tonelada de lítio.
A universidade de Stanford, nos EUA, compilou diretrizes que, se implementadas nas operações de mineração de lítio, poderiam reduzir os danos dessa indústria à natureza e, ao mesmo tempo, preservar investimentos críticos para o crescimento econômico do Brasil.
A descaracterização das barragens de lítio é um processo extremamente delicado, que exige o uso de tecnologias de monitoramento para ser realizado com segurança. Essa empreitada é regulada por um protocolo criado em 2020 a partir de uma iniciativa do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), do Conselho Internacional de Mineração e Metais (ICMM) e dos Princípios para o Investimento Responsável (PRI). O marco para a segurança das barragens de lítio – incluindo as que não serão descaracterizadas – é o Global Industry Standard Tailings Management. A meta é realizar a gestão de todo o ciclo de vida dos depósitos de rejeitos de lítio.
A conformidade aos princípios do GISTM é suportada por dados gerados por plataformas de monitoramento que medem, de forma proativa e preditiva, fatores críticos. Isso inclui controlar a tensão do concreto dos muros, o nível de água na barragem, a temperatura dos rejeitos na barragem, se houve movimentações nos rejeitos, se a barragem produziu ruídos etc.
O sucesso da exploração de lítio no Brasil depende de que, desde o projeto da mina, esteja contemplada a monitoração preditiva de um ambiente extremamente crítico. Estudo da consultoria Mordor Intelligence de 2022 indica que o mercado de soluções de conectividade e monitoração para a indústria global de mineração deverá chegar a 24 bilhões de dólares em 2026.
O fato da mina ser um ambiente hostil e de altíssimo custo – um caminhão autônomo para uso em minas pode facilmente custar milhões de reais – exige que esse setor avance na conectividade entre setores OT e TI. Numa mina de lítio, um data center irá processar dados produzidos ao longo de toda a cadeia de extração, desde a pressão das bombas, volume nos dutos de minérios, até a vida útil dos equipamentos (dados de OT). Passa-se a contar, por exemplo, com uma visão preditiva da manutenção dos equipamentos, o que evita os prejuízos causados por interrupções não planejadas. Outro centro de dados, instalado no porto, pode tratar especificamente das tarefas comerciais e administrativas ligadas à exportação do produto (dados de TI).
Uma forma de otimizar os processos envolvidos na mineração e exportação do lítio é utilizar soluções de monitoramento de ambiente digitais capazes de unificar, em uma única interface, dados sobre toda a cadeia de produção e comercialização de minérios.
Relatório divulgado pela Delloite no início de 2022 indica que a indústria mineradora brasileira está atrás de países como Canadá e Austrália em relação a questões relevantes da pauta ESG. Para ajudar o Brasil a receber cada vez mais investimentos, a exploração deste ouro branco tem de ser baseada nas melhores prática da mineração. Isso pode ser controlado em tempo real, 24×7, com a ajuda de plataformas de monitoramento multiprotocolo e convergentes OT/TI.
(*) Luis Arís é gerente de desenvolvimento de negócios da Paessler LATAM.
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