Empresas de saúde estão usando mais modelos mistos de TI

Organizações da área de saúde aceleraram o adoção de modelos operacionais mistos de TI, e as implementações tanto atuais quanto as planejadas já ultrapassam as vistas no cenário geral de setores de atividade, segundo resultados apresentados pela sexta edição consecutiva de um estudo global promovida pela empresa Nutanix de computação multinuvem, intitulado “Nutanix Enterprise Cloud Index Report: Healthcare Industry Findings“.

Quer estejam usando data centers privados, nuvens públicas ou uma combinação de infraestruturas privadas locais ou hospedadas, quase três quartos (73%) das organizações de saúde relataram usar modelos mistos de TI este ano, em comparação com 53% no ano passado. Em comparação, 60% dos entrevistados de setores de atividade em geral relataram usar mais de um modelo de TI, tanto neste ano como no ano passado. Assim, embora as implementações de modelos mistos de TI no setor da saúde tenham ficado sete pontos percentuais abaixo da média global em 2023, agora ultrapassam esse patamar em 13 pontos.

O objetivo da pesquisa Nutanix é levantar um panorama das implantações de sistemas corporativos de nuvem, infraestruturas de TI e iniciativas de gerenciamento de dados. Nesse ano, foram realizadas entrevistas com 1.500 profissionais de TI e DevOps e responsáveis pela tomada de decisão na área de engenharia de plataformas em todo o mundo. A base de entrevistados abrangeu vários setores de atividade, tamanhos de empresas e regiões geográficas (Américas do Norte e do Sul, Europa, Oriente Médio e África e a região Ásia-Pacífico-Japão). O relatório faz parte de uma série mais ampla da Nutanix, a Enterprise Cloud Index.

Organizações de saúde pretendem ampliar o uso de plataformas mistas de TI no período abrangendo de um a três anos próximos. A expectativa é vermos esse grupo crescer de 73% para 89%, segundo o estudo. Comparativamente, a média de respostas na amostra geral de áreas de atividade foi de 72% no mesmo intervalo, 17 pontos percentuais a menos em relação ao setor de saúde.

Multinuvem híbrida

Espera-se que o modelo de multinuvem híbrida, definida pelo estudo como composto por infraestruturas privadas com duas ou mais plataformas de nuvem pública, experimente o maior crescimento no setor de saúde, assim como entre as empresas de outros setores de atividade participantes do estudo. Esse modelo apresentou um crescimento de 10 pontos percentuais, passando de 6% em 2023 para 16% em 2024, e deve se tornar o modelo de TI predominante nas organizações de saúde nos próximos um a três anos, seguido por nuvens públicas variadas (sem infraestrutura privada).

Esse cenário surgirá às custas da menor dependência de data centers e nuvens privadas, nuvens híbridas (infraestrutura privada mais uma única plataforma de nuvem pública) e modelos de nuvem pública única, explica o estudo. Em números, o salto previsto será de quase quatro vezes na área de saúde, alcançando 61% de penetração de uso de multivem híbrida até 2027, enquanto outros setores de atividade devem atingir 35% no mesmo período, acima do patamar atual de 15%.

Critérios de investimento e segurança

Quando questionados sobre os fatores mais importantes que orientam as decisões de compra de infraestrutura de TI, os profissionais do setor de saúde citaram com mais frequência a capacidade de trabalhar com Inteligência Artificial (IA) e a flexibilidade para movimentar cargas de trabalho entre infraestruturas de nuvem privada e pública – 17% classificaram cada um desses fatores como prioridade. Os demais critérios em seguida foram potencial de desempenho das infraestruturas (14%) e adaptação à soberania dos dados e à gestão da privacidade (14%).

Quase todos os entrevistados (98%) no grupo de saúde e 95% em nível geral disseram ter migrado uma ou mais aplicações entre infraestruturas de TI nos últimos 12 meses, movimento alimentado principalmente pela mudança dos requisitos relacionados à segurança, seja para melhor a postura de segurança ou melhor cumprir às normas regulatórias. Além disso, o receio em relação aos ataques de ransomware segue aumentando e fazendo com que as empresas repensem a melhor forma de se protegerem – 90% dos entrevistados na área da saúde afirmaram ter sofrido um ataque de ransomware nos últimos três anos. Quase metade (49%) disse ter levado alguns dias ou algumas semanas para restaurar totalmente as operações após o ataque.

O cumprimento das metas de sustentabilidade, que empatou com segurança no ano passado como principal razão do movimento de aplicações entre infraestruturas de TI, com a parcela de 40%, caiu ligeiramente neste ano. Sustentabilidade agora fica atrás de considerações como desenvolvimento mais rápido de aplicações, terceirização e maior velocidade de acesso a dados como motivo para realocação de aplicações.