Tesla vai investir em um novo tipo de data center?

Tudo indica que a gigante dos veículos elétricos Tesla está avaliando ou já programando sua entrada no mundo dos data centers. Conforme identificado site Electrek, a empresa divulgou em sua seção de divulgação de oportunidades de emprego, uma vaga para profissional sênior para se tornar um gerente “responsável por liderar o design e engenharia de data centers, desde o conceito até o lançamento”.

A descrição da vaga acrescenta que a função liderará o projeto de ponta a ponta dos “primeiros data centers desse tipo” e será um dos principais membros da equipe de engenharia da fábrica. No entanto, a Tesla não deu detalhes sobre o que quis dizer quanto “os primeiros desse tipo”.

Em dezembro passado, em um evento ao vivo no Twitter, Elon Musk chamou Sacramento de “possivelmente o pior lugar para se ter um data center”, reclamando das altas temperaturas da capital do interior da Califórnia.

Elon Musk, proprietário da CEO da Tesla que adquiriu o Twitter em outubro de 2022 e em julho de 2023 rebatizou a plataforma como X.com, já fez alguns movimentos na área dos data centers associados às operações do Twitter. No final de 2022, deixou de usar os data centers na cidade de Sacramento, no final de 2022, afirmando que a cidade na região da Califórnia nos Estados Unidos seria “possivelmente o pior lugar para se ter um data center”, por conta das altas temperaturas da localidade.

No entanto, segundo o site The Information, depois desse evento, parece que Musk mudou de ideia em relação ao calor de Sacramento e os data centers do Twitter. Assinou um contrato de arrendamento com a NTT Data, operadora de uma dessas instalações, para ocupar o antigo espaço do Twitter. Acredita-se que o plano da Tesla é usar o data center para cargas de trabalho de aprendizado de máquina, inclusive simulações de carros autônomos.

A Tesla também está considerando a sublocação de um segundo data center em Sacramento, administrado pela Prime Data Centers, onde o Twitter ainda tem um contrato de aluguel, embora não use a instalação.

Em 2021, a Tesla abriu um data center em Xangai, na China, para lidar com os dados coletados em seus veículos no país. Segue garantindo que os dados dos chineses estão sendo são gerenciados no país, mesmo depois de um incidente em meados de agosto em um aeroporto da província de Hunan que barrou veículos da Tesla no estacionamento.

A equipe do aeroporto disse que um recurso de segurança da Tesla que examina os arredores do carro em busca de atividades suspeitas parece ter colocado dados confidenciais em risco. Um vídeo do estacionamento está circulando na internet. A Tesla respondeu que todos os dados de vigilância coletados pelos carros são armazenados unidades USB no veículo e que não podem ser acessados remotamente. A Tesla armazena dados dos usuários no data center na China.

Em mais uma iniciativa ao redor dos data centers no início do ano, em março de 2023, Musk esteve no México, onde o desenvolvimento de novos data centers está ganhando força, especialmente em Querétaro, por haver menos riscos de abalos sísmicos e ainda haver terrenos disponíveis para construção das instalações. Além disso, México é um país com vocação automotiva na América Latina. Sendo assim, ao reunir em um país, potencial automotivo e de data centers, ganhou a atenção de Musk, que anunciou planos de construir no México a maior fábrica da Tesla.

Por que investir em data centers?

Especulações em torno dessa vaga para data centers aberta recentemente destacam que a Tesla investe em várias tecnologias com enormes exigências de processamento de dados. A principal delas são seus veículos elétricos repletos de sensores e processadores que trabalham com dados de telemetria em tempo real, por exemplo.

“A empresa de Musk, que eletrifica e automatiza veículos, além de seus próprios processos produtivos, aumenta a demanda por data centers, pois necessita dessas infraestruturas para armazenar os dados de seus veículos e operações”, afirma Holly Garcia, vice-presidente da unidade de negócios de data centers da Panduit.

A Tesla também está trabalhando no desenvolvimento do Dojo, supercomputador voltado para treinar carros autônomos, baseado em quatro pilares tecnológicos: grandes volumes de dados reais, treinamento de redes neurais, software e hardware para veículos. Podemos dizer que três delas são bem conhecidos pelos ambientes de data center com grande capacidade de processamento (big data, redes neurais e software para carros autônomos).