Tecnologias para Cidades Inteligentes movimentarão US$ 301,2 bi até 2032

A smart city is a place where traditional networks and services are made more efficient with the use of digital solutions for the benefit of its inhabitants and business
Sheila Zabeu -

Maio 02, 2023

Tendências que têm sido os principais impulsionadores dos programas de cidades inteligentes foram aceleradas nos últimos anos por conta da combinação de efeitos da pandemia do Covid-19, das mudanças climáticas e da digitalização de serviços. Por conta desse cenário, a expectativa é que o mercado global de tecnologias para cidades inteligentes cresça do patamar de cerca US$ 121,1 bilhões em receita anual em 2023 para US$ 301,2 bilhões até 2032, a uma taxa composta de crescimento anual de 10,7%, de acordo com um novo relatório da Guidehouse Insights. A receita acumulada no período entre 2023 e 2032 deve chegar a pouco menos de US$ 2,0 trilhões.

“Esses desafios globais estão amplificando as questões locais em torno da qualidade dos serviços públicos, dos padrões ambientais e das desigualdades sociais. Ao mesmo tempo, a tecnologia está transformando a forma como as cidades funcionam e como são vivenciadas”, afirma diz Eric Woods, diretor de pesquisa da Guidehouse Insights.

Muitas cidades ainda têm um longo caminho a percorrer para se tornarem mais inteligentes, mas algumas já estão demonstrando um forte compromisso com investimentos em infraestrutura, tecnologias digitais e metas de sustentabilidade. Estão olhando para a capacidade de adaptabilidade e resiliência de suas infraestruturas digitais e mobilizando recursos para atender às novas prioridades e garantir um futuro mais sustentável, diz o estudo

Essas iniciativas devem impulsionar o mercado de cidades inteligentes e acelerar a digitalização de muitos serviços urbanos. Segundo a pesquisa, espera-se também que novos modelos de negócios e programas financeiros ajudem a acelerar os investimentos. Além disso, novas parcerias estão sendo estabelecidas nos setores público, tecnológico e financeiro para reduzir a falta de investimentos, que há muito tempo tem sido um empecilho considerável, de acordo com o relatório da Guidehouse Insights.

Todos os segmentos do mercado de cidades inteligentes vão apresentar oportunidades interessantes. A busca pela descarbonização dos sistemas de energia urbana seguem sendo alavancas para o desenvolvimento de sistemas mais inteligentes. A mesma lógica também vale edifícios inteligentes. Questões de mobilidade têm se tornado alvo de mais iniciativas à medida que soluções avançadas para gerenciamento de tráfego são implantadas ao lado de infraestruturas e serviços de transporte de baixo carbono. O setor que mais deve crescer é o de sistemas de água em vista dos impactos das mudanças climáticas.

Alguns catalisadores podem moldar a evolução dos programas voltados para cidades inteligentes, considerando a interseção de fatores sociais, ambientais e desafios econômicos, na visão da Guidehouse Insights:

  • Inovações no design urbano. Novas abordagens para o planejamento das cidades podem ajudar a enfrentar desafios sociais e ambientais, incorporando a digitalização e a descarbonização como princípios básicos.
  • Transformação digital acelerada. As cidades já estão reconhecendo a importância e o potencial das mudanças proporcionadas por infraestruturas e soluções digitais, da análise de dados e de que não devem negligenciar privacidade dos dados e a segurança cibernética.
  • Investimentos em infraestruturas resilientes e sustentáveis. IoT e dados coletados por sensores podem ser usados para projetar, monitorar, controlar e manter as infraestruturas urbanas e transformar serviços e operações nas cidades.
  • Novos modelos de negócios. Novas abordagens para financiamento das cidades inteligentes estão surgindo, além de mais modelos de plataforma e formas de reconhecimento de valor.

Conectividade para cidades inteligentes

Todos esses programas de cidades inteligentes se baseiam em um ativo preciso, os dados, então é natural que vejamos um crescimento vertiginoso do volume consumido, que já está sendo previsto em números. De acordo com um novo relatório da Kaleido Intelligence, o uso de dados em cidades inteligentes aumentará mais de 140% entre 2023 e 2027.

O estudo Cellular IoT Connectivity Series: Smart Cities Opportunities & Forecasts também destaca que as iniciativas de cidades inteligentes vão fazer crescer o uso de conexões IoT celulares, a um taxa anual composta de 17,9% no mesmo período, atingindo mais de 122 milhões de unidades, com ampliação particularmente alta nos próximos dois anos.

O maior número de conexões será encontrado no espaço da iluminação inteligente. A previsão da Kaleido Intelligence é mais de 161 milhões de pontos de luz sejam interligados a uma conexão celular. No entanto, esses e muitos outros serão atendidos por gateways, com uma única conexão celular retransmitindo dados de e para muitos pontos de luz, que dependerão de tecnologias não celular nos terminais. Isso enfatiza a necessidade de protocolos de dados interoperáveis para simplificar a transferência de dados entre tecnologias, destaca o estudo.

A expectativa é que um tráfego de dados relativamente alto acontecerá por meio dessas conexões, mesmo quando houver uma LPWAN implantada, devido ao número de endpoints na rede. Isso exigirá recursos eficazes de edge computing para limitar o fluxo de dados na rede. Isso pode, em alguns casos, reduzir a transferência de dados em mais de 80%, calcula o relatório.

Outro ponto destacado na pesquisa é que a gestão inteligente de tráfego será responsável pela maior receita na área de conectividade em virtude principalmente à prevalência do uso de vídeo, podendo exceder US$ 900 milhões até 2027, em relação ao patamar de US$ 292 milhões em 2022.