Tecnologias emergentes ajudam a moldar a Inteligência Ambiental

Smart Living: A Vision of the Future Home
Cristina De Luca -

Outubro 09, 2023

Desde o início da Era da Informação, as Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) têm sido caracterizadas por transições cíclicas entre modelos de computação centralizados e distribuídos. Dos primeiros mainframes aos computadores pessoais, da nuvem aos smartphones, o foco vem mudando.

Agora, o surgimento de sensores onipresentes e baratos, que podem ser facilmente integrados virtualmente em qualquer lugar, vem acelerando o crescimento da Inteligência Ambiental, que se refere à capacidade do sistema sentir o ambiente e responder à presença de pessoas e a determinados eventos ou condições.

A Inteligência Ambiental possivelmente representará um dos maiores avanços no estilo de vida das pessoas, influenciando cada vez mais aspectos da sociedade. A forma como as pessoas percebem a tecnologia mudará: à medida que esses dispositivos se tornarem menores, mais conectados e mais integrados ao ambiente, as tecnologias tradicionais de TIC se tornarão cada vez mais invisíveis para os usuários comuns até que apenas a interface do usuário permaneça perceptível por eles. Os usuários interagirão direta ou indiretamente com as interfaces dos sistemas que respondem à presença, ações e decisões das pessoas, oferecendo soluções integradas e melhorando a Qualidade da Experiência (QoE).

A ideia de Inteligência Ambiental não é nova. A novidade é que, agora, podemos pensar seriamente nela como uma realidade. A maioria de nós já assistiu a filmes de ficção científica em que portas se abriam quando alguém se aproximava ou computadores conseguiam identificar o interlocutor sem que seu nome fosse mencionado explicitamente. Alguns desses recursos eram rebuscados para a tecnologia disponível na época. Hoje, não mais.

Ao enriquecer um ambiente com tecnologia (por exemplo, sensores e dispositivos interligados por meio de uma rede), um sistema pode ser construído de tal forma que atue como um “mordomo eletrônico”, que detecta características dos usuários e de seu ambiente, raciocina sobre os dados acumulados e, finalmente, seleciona ações a serem tomadas para beneficiar os usuários no ambiente.

Para assegurar a confiabilidade da Inteligência Ambiental, será preciso monitorar camadas diferentes – rede (por exemplo, WSAN, RFID, NFC, BLE, ZigBee, IEEE 802.11ah e 6LoWPAN), Sistema operacional (por exemplo, TinyOS, Contiki e FreeRTOS), Camada de serviço e plataformas de middleware (por exemplo, FIWARE e CityPulse), entre outros – de modo a garantir segurança e alta disponibilidade.

Diante deste cenário, o Gartner aponta cinco tecnologias que moldarão o futuro digital das empresas, em suas ofertas digitais:

  • Humanos Digitais: Segundo o Gartner, os humanos digitais são representações interativas baseadas em Inteligência Artificial que imitam características humanas. Eles variam de robôs humanoides a Chatbots, mas trazem desafios como aplicações antiéticas, comportamento inadequado e preconceitos. O Gartner aconselha avaliar questões sociais e regulatórias antes da adoção.

  • Comunicação por Satélite: O interesse crescente na comunicação por satélite em baixa órbita terrestre (LEO) é impulsionado pela democratização e comercialização do espaço. Os satélites LEO fornecerão banda larga global com baixa latência, conectando dispositivos IoT globalmente. O Gartner recomenda uma abordagem cautelosa devido à complexidade do mercado.

  • Tiny Ambient IoT: Essa tecnologia permite etiquetar, rastrear e detectar qualquer coisa sem a complexidade ou o custo de dispositivos alimentados por bateria, de  forma mais acessível e eficiente, abrindo oportunidades para novos modelos de negócios. No entanto, questões sociais e regulatórias devem ser avaliadas antes da adoção.

  • Computação Segura: Com o aumento da conectividade e acesso a informações pessoais, a computação segura é vital. O Gartner sugere que tecnologias emergentes, como aceleradores ópticos, serão cruciais para implementação.

  • Drones e Robôs Autônomos Adaptáveis: Sistemas autônomos capazes de aprender e se adaptar são essenciais, mas apresentam desafios. O Gartner recomenda testar essas tecnologias em ambientes complexos e considerar aspectos como gerenciamento de riscos e consequências éticas e legais antes da implementação.

Todas essas cinco tecnologias são potencialmente transformacionais. Segundo o Gartner, humanos digitais redefinirão assistentes, robôs e serviços; a Tiny Ambient IoT detectará e rastreará qualquer coisa a baixo custo; os satélites revolucionarão as comunicações entre pessoas e coisas; drones e robôs autônomos aprenderão enquanto automatizar tarefas; e a computação segura permitirá novos ecossistemas digitais.