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Home > IoT > Sigfox entra com pedido de recuperação judicial
Janeiro 31, 2022
A Sigfox, startup francesa que ganhou destaque pela tecnologia homônima oferece soluções para redes IoT de banda ultra estreita, pediu proteção contra falência na França, citando como razões a queda de vendas e condições desafiadoras no setor de IoT devido à pandemia de COVID-19.
A empresa já levantou mais de US$ 300 milhões em financiamento e tinha como meta construir uma rede global de comunicação usando uma nova abordagem para redes sem fio. A intenção agora é contar com esse processo, que inicialmente durará seis meses, para encontrar um interessado em comprar a Sigfox, apoiar seu desenvolvimento de longo prazo e manter os empregos.
Ao jornal Le Figaro, a Sigfox explicou que a crise sanitária desacelerou a atividade em seu setor nos últimos dois anos. Além disso, o mercado de componentes eletrónicos está em crise de abastecimento há vários meses. Esses fatores pesaram fortemente na situação financeira e, em particular, no nível de endividamento da empresa.
Em seu site, a Sigfox afirma que possui operações em 75 países, possui 19,5 milhões de dispositivos registrados e que em suas redes trafegaram 76 milhões de mensagens por dia em 2021. Com cerca de 350 funcionários, a empresa foi fundada em 2010 em Labège (Haute-Garonne), município limítrofe de Toulouse, e tem escritórios em Boston, Dallas, Dubai, Madri, Paris, São Paulo, Cingapura e Tóquio.
A WND, operadora com direito de uso da tecnologia Sigfox no Brasil, América Central, México, Colômbia, Equador e Uruguai, garante que o pedido de recuperação judicial feito pela Sigfox na França não afetará suas operadoras.
Especificamente no Brasil, a tecnologia foi adotada recentemente por um projeto da Sabesp, companhia de saneamento básico do estado de São Paulo, que usa redes Sigfox 0G da WND, para conectar hidrômetro inteligentes. A solução vai permitir a telemedição do consumo de água nos 100 mil maiores consumidores de água dessa região metropolitana, como prédios universitários, shoppings e condomínios, e também dar aos clientes acesso a informações como média histórica de consumo por meio de um aplicativo. Os hidrômetros ficarão em operação por, pelo menos, cinco anos sem troca ou recarga de bateria, de acordo com a WND.
A tecnologia Sigfox aposta em uma rede IoT não licenciada, como alternativa às opções LTE-M e NB-IoT licenciadas. É descrita por sua criadora como uma solução barata, confiável e de baixo consumo de energia para conectar sensores e dispositivos IoT. Seu objetivo é oferecer uma solução para troca de curtas em redes IoT, com autonomia (por garantir vida longa às baterias) e simplicidade (por dispensar configuração).
São usadas estações-base (antenas Sigfox locais) que recebem mensagens dos dispositivos IoT emissores e as encaminham para a Sigfox Cloud. Há três elementos principais: antenas, geralmente implantadas em pontos altos ou torres; amplificadores para amplificar o sinal e filtrar ruídos; e pontos de acesso, que envia as mensagens para a Sigfox Cloud.
Ao contrário do que ocorre com os padrões licenciados 2G, 3G, 4G, 5G, NB-IoT ou LTE-M, padrões não licenciados como o Sigfox podem ser implementados de forma independente, sem que seja necessário a contratação de operadoras de redes móveis e, consequentemente, o pagamento por seus serviços. E também diferentemente das tecnologias Wi-Fi ou Zigbee, que são adequadas para ambientes pequenos e fechados, redes IoT baseadas em Sigfox (ou LoRa, para citar outro exemplo), têm longe alcance e baixo consumo de energia, podendo ser implantadas em qualquer lugar.
No entanto, há restrições. As frequências sub-GHz utilizadas pelo Sigfox não padronizadas entre países e regiões geográficas. Isso pode trazer complexidades para o desenvolvimento e a configuração de soluções IoT que desejam abraçar o mundo. Diferenças regionais também podem ser encontradas nos limites impostos pelos diferentes países à faixa de energia usada pelos dispositivos, que podem afetar o alcance, e também ao ciclo de trabalho permitido em cada sub-faixa (período em que os dispositivos podem estar no ar por hora, por exemplo). Interferências presentes na região, que podem afetar o desempenho dos dispositivo IoT, e questões regulatórias são outros pontos a serem considerados quando se opta por redes não licenciadas.
As quatro principais tecnologias de redes de longa distância – entre elas, a Sigfox, ao lado de 3GPP, LoRaWAN e IEEE 802.15.4 -, licenciadas ou não, foram abordadas por um recente relatório da Berg Insight que traçou as tendências de mudança e crescimento de cada um desses ecossistemas tecnológicos.
O estudo afirmou que a Sigfox tinha planos ambiciosos, com uma solução baseada em software que transfere a complexidade da gestão das redes para a nuvem e garante conectividade a coisas que nunca se comunicaram anteriormente.
Mas a tecnologia teve um “ciclo de adoção mais lento do que o esperado. Além disso, o setor de IoT sofreu com a pandemia de Covid-19. Isso provocou uma desaceleração da atividade nos últimos dois anos e pressionou o mercado de eletrônicos, com um impacto significativo na sua situação financeira e no nível de endividamento, explicou.
A Sigfox também enfrentou uma reviravolta no início de 2021, quando o cofundador Ludovic Le Moan deixou o cargo de CEO após mais de uma década no cargo, sem nenhuma explicação sobre o motivo. Ele foi substituído pelo presidente de sua divisão norte-americana, Jeremy Prince.
A empresa projetava ter 1 bilhão de dispositivos conectados à sua rede até 2023 e visando uma grande expansão na China, Índia e Rússia. No entanto, parece muito longe do alvo. Como afirmado anteriormente, possui só 19,5 milhões de dispositivos registrados e que em suas redes trafegaram 76 milhões de mensagens por dia em 2021.
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