Samsung Electronics faz parcerias na área de saúde digital

Doctors, nurse and digital tablet for night teamwork
Sheila Zabeu -

Outubro 18, 2023

A Samsung Electronics anunciou uma nova Iniciativa em parceria com organizações de pesquisa e de saúde para explorar possíveis avanços no ecossistema de saúde digital e novas pesquisas sobre o uso de smartwatches e algoritmos no setor de saúde. Entre os parceiros estão o Media Lab do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), o Brigham & Women’s Hospital, a Escola de Medicina da Universidade de Tulane e o Samsung Medical Center.

Com esse programa de pesquisa, a Samsung pretende aprimorar suas tecnologias para apoiar o setor de saúde, expandir a compreensão sobre saúde digital e explorar ainda mais o potencial dos dispositivos pessoais inteligentes.

Em colaboração com o MIT Media Lab, a Samsung vai desenvolver soluções para monitorar e melhorar o sono. “Há uma compreensão cada vez maior de como o sono pode gerar impactos nos indivíduos e na sociedade em geral. Queremos ir além do que é atualmente possível – investigar perfis de sono mais específicos, personalizar melhor as intervenções e explorar melhores modelos de regularidade do sono, homeostase (equilíbrio das condições físicas e químicas do corpo) e ritmo circadiano”, afirma Pattie Maes, professora do MIT Media Lab e principal pesquisadora da iniciativa de cooperação.

O trabalho com o Brigham & Women’s Hospital gira em torno dos dados biométricos do Galaxy Watch. A intenção é explorar como o esclarecimento dos conceitos de resiliência e fragilidade podem criar imagens mais eficazes e personalizadas da saúde dos indivíduos. “Com a nossa parceria com a Samsung, vamos buscar colocar conceitos de resiliência e fragilidade em termos quantificáveis e investigar como sistemas fisiológicos diferentes afetam uns aos outros”, explica Dr. Bruce Levy, presidente interino do departamento de medicina e chefe da divisão de medicina pulmonar e cuidados intensivos no hospital. Com essas futuras informações, as pessoas poderão, usando a tecnologia de sensores vestíveis, maximizar a resiliência diante de elementos estressantes e mapear trajetórias individuais de recuperação.

Em parceria com a Escola de Medicina da Universidade de Tulane, a Samsung utilizará o sensor BioActive do Galaxy Watch para monitorar uma série de indicadores de doenças cardiovasculares. “Ao combinar nossa ampla experiência em doenças cardiovasculares, a tecnologia de sensor BioActive da Samsung e abordagens de aprendizado de máquina orientadas por dados, pretendemos reunir um conjunto significativo de dados para ajudar a prever melhor quem está em risco de hospitalização, recomentar tratamentos mais rapidamente e assim melhorar os resultados de saúde”, detalha Dr. Nassir Marrouche, principal pesquisador do estudo e diretor do centro de inovação em arritmia da escola de medicina.

Por fim, o trabalho em estreita colaboração com o Samsung Medical Center vai pesquisar cuidados de saúde em vários domínios com o objetivo de desenvolver uma plataforma integrada de análise de dados e algoritmos avançados para notificação de sintomas anormais. “Essa nova iniciativa de cooperação estudará métodos e sistemas que abrangem saúde cardíaca, sono e atenção plena, utilizando painéis personalizados e plataformas dinâmicas e multidomínios”, afirma Seung Woo Park, presidente e CEO do Samsung Medical Center.

Mercado de saúde digital até 2030

O mercado global de saúde digital deve atingir o valor de US$ 586,6 bilhões até 2030, uma taxa composta de crescimento anual de 16,8%, tendo 2022 o ano de início do período de previsão, segundo a Vantage Market Research.

Segundo o estudo, esse crescimento das soluções digitais de saúde deve ser impulsionado pela busca de um melhor envolvimento dos pacientes a partir da proliferação de aplicativos móveis e dispositivos vestíveis para monitoramento das condições físicas em tempo real. Soluções de telessaúde para atendimento remoto, oferta mais eficiente de tratamentos e maior integração das tecnologias nas práticas médicas também são fatores que devem aquecer o mercado.

Já os obstáculos impostos ao crescimento são questões relacionadas à segurança e à privacidade dos dados, normas regulatórias, muitas vezes, complexas e a exclusão digital em alguns grupos demográficos.

A dinâmica do mercado também refletirá os esforços colaborativos entre prestadores de cuidados de saúde, órgãos reguladores, e desenvolvedores de tecnologia, como é o caso dessas parcerias da Samsung Electronics, para garantir o uso eficaz e responsável das soluções de saúde digital.

Questões regulatórias nos EUA

Em 11 de outubro passado, a Food and Drug Administration (FDA), agência governamental dos Estados Unidos que controla alimentos, medicamentos e equipamentos médicos, entre outros itens, anunciou a criação de um novo Comitê Consultivo de Saúde Digital para explorar as questões científicas e técnicas relacionadas às tecnologias digitais de saúde, como terapêutica digital, dispositivos vestíveis, monitoramento remoto de pacientes, além de Inteligência Artificial e Realidade Virtual.

A FDA solicitará opiniões do comitê, que será composto por indivíduos com conhecimentos técnicos e científicos de diversas disciplinas e formações. O objetivo é ajudar a garantir que os dispositivos médicos digitais sejam concebidos e direcionados para atender às necessidades de diversas populações.

O Comitê Consultivo de Saúde Digital aconselhará a FDA sobre questões relacionadas às tecnologias digitais empregadas na área da saúde, fornecendo conhecimentos e perspectivas relevantes para ajudar a melhorar a compreensão da agência sobre os benefícios, riscos e resultados clínicos associados ao uso dessas ferramentas digitais.

O comitê deverá estar plenamente operacional em 2024.