Quarentena para equipamentos? Sim, teremos!

Cristina De Luca -

Maio 17, 2021

Acreditem, as empresas já estão avaliando ser necessário um período de quarentena para os equipamentos usados em casa por seus profissionais durante o isolamento social – período em que os dispositivos podem ter trabalhado com redes domésticas inseguras. A revelação foi feita por uma pesquisa da Blackberry junto a equipes de TI de empresas nos Estados Unidos, Canadá e Reino Unido.

No início da pandemia, muitas organizações cederam equipamentos próprios aos funcionários para que eles pudessem trabalhar de casa. Outras contaram com PCs, laptops, smartphones ou tablets dos próprios funcionários como uma estação improvisada de trabalho remoto.

Por conta disso, é grande a preocupação com a segurança dos equipamentos que os funcionários trarão de volta aos escritórios. De acordo com o estudo, a maioria dos entrevistados nos três países afirmou que planeja colocar PCs em quarentena quando chegarem às empresas ou fazer varreduras e instalar atualizações e patches – essa última opção é a principal escolha no Canadá e no Reino Unido; nos Estados Unidos, a maioria das organizações parece considerar a quarentena como primeira opção e mais segura.

E o quadro de trabalho remoto não deve sofrer grandes mudanças em seis meses, podendo até se tornar uma tendência nos próximos anos. Por conta disso, espera-se que o mercado que cobre soluções relacionadas a dispositivos pessoais usados no trabalho, conhecido pelo acrônimo BYOD (Bring Your Own Device), e à mobilidade da força de trabalho atinja US$ 180,8 bilhões em 2027, com uma taxa composta de crescimento anual pós-COVID-19 de 16,7% (2020 a 2027). São ferramentas que se mostraram fundamentais para garantir a continuidade dos negócios durante a pandemia e que podem se tornar permanentes em alguns setores de atividade que veem no trabalho remoto mais uma opção para seus funcionários.

No entanto, o velho problema de segurança trazido às redes corporativas pela onda BYOD no passado ressuscitou com mais força, tendo em vista a atual intensificação do trabalho remoto e híbrido. Houve uma expansão das superfícies de ataque, e tais equipamentos se tornaram presas fáceis para cibercriminosos. Em outros termos, a linha divisória entre dispositivos pessoais e  de uso profissional se tornou ainda mais tênue depois da pandemia, pois as empresas já não podem mais controlar quais equipamentos e redes seus funcionários estão usando para trabalhar.

A pesquisa da Blackberry revelou que os responsáveis pela segurança de TI passaram a buscar novas maneiras de reforçar a proteção dos chamados endpoints. Especificamente, procuram tecnologias para melhorar a visibilidade e o controle. Também querem ter capacidade para adaptar dinamicamente políticas de segurança com base na localização do usuário, tipo de dispositivo e outros fatores. Consolidação de detecção e resposta a incidentes entre todas as plataformas de endpoints é outro requisito importante.