Qualcomm lança primeiro drone autônomo 5G

Sheila Zabeu -

Agosto 23, 2021

A Qualcomm anunciou recentemente a plataforma Qualcomm® Flight™ RB5 5G, que reúne recursos de Inteligência Artificial (IA) e conectividade 5G e Wi-Fi 6 de longo alcance. A nova solução ajuda a acelerar o desenvolvimento de drones comerciais, empresariais e industriais. 

O Flight RB5 5G, com o processador Qualcomm QRB5165, se baseia nas mais recentes ofertas de IoT da Qualcomm Technologies, oferecendo uma solução que impulsionará a próxima geração de drones 5G de alto desempenho e baixo consumo de energia. Segundo a empresa, foi possível condensar várias tecnologias complexas em um sistema de drones integrados e autônomos que poderá ser aplicado em vários novos casos de uso em setores como filmagem e entretenimento, segurança e emergências, entregas, defesa, inspeção e mapeamento, comsuas sete câmeras de alta resolução capazes de operar simultaneamente.

“Estamos orgulhosos de seguir impulsionando a transformação digital de diversos setores no mundo com o lançamento da plataforma Qualcomm Flight RB5 5G, uma solução desenvolvida especificamente para desenvolver drones com recursos aprimorados de autonomia e inteligência”, afirma Dev Singh, diretor sênior de desenvolvimento de negócios e gerente geral de robótica autônoma, drones e máquinas inteligentes da Qualcomm Technologies.

O drone consume muito pouca energia e usa recursos de IA e aprendizado de máquina para permitir que os drones sejam totalmente autônomos. Além disso, recursos inovadores nas câmeras garantem alto desempenho e excelentes imagens e sistemas de conectividade 5G e Wi-Fi 6 aprimoram  as capacidades críticas de voo dos drones para garantir uma linha de visão além do que um piloto remoto poderia alcançar, garantindo mais segurança. Uma unidade de processamento seguro também garante à nova plataforma Qualcomm Flight RB5 5G ® recurso de cibersegurança para proteção de dados.

“Continuamos a envolver muitas empresas líderes de drones, habilitando mais de 200 fabricantes de robótica e membros do ecossistema de drones, além de conduzir e promover de forma consistente a padronização de drones em todo o mundo e capacidades 5G transformadoras em organizações como 3GPP, GSMA, Global UTM Alliance, Aerial Connectivity Joint Initiative (ACJA) e ASTM ”, completou Dev Singh.

Voos autônomos em Marte

O anúncio vem na esteira do sucesso da missão do Ingenuity em Marte. A Qualcomm trabalhou com o NASA Jet Propulsion Labs (JPL) no desenvolvimento de tecnologias e soluções usadas no helicóptero Ingenuity e prepará-lo para o primeiro voo motorizado em outro planeta. O projeto desse helicóptero teve início em 2014 e envolveu testes rigorosos e inovação, tendo como objetivo expandir o horizonte da exploração, as pesquisas e a análise de dados para futuras missões espaciais.

O principal obstáculo do Ingenuity era sua própria operação. Como sinais demoram minutos para chegar, seria impossível controlar o helicóptero remotamente em tempo real. Em vez disso, deveria receber comandos para operação autônoma transmitidos de milhões de milhares de distância e com atraso de 3 a 22 minutos.

O próximo grande desafio seria garantir que o sistema autônomo tivesse poder computacional suficiente alto e, ao mesmo tempo, baixo consumo de energia, já que grande parte do consumo de energia do helicóptero viria de um aquecedor para manter os componentes aquecidos nas noites marcianas. O Qualcomm Flight não foi originalmente projetado para viagens espaciais, mas possuía poderosos recursos de operação autônoma que seriam um ótimo ponto de partida para enfrentar esse desafio.

A radiação e as condições atmosféricas em Marte também deveriam ser levadas em conta na escolha da plataforma robótica. Temperaturas extremas poderiam desgastar as peças muito rapidamente, e algumas formas de radiação espacial poderiam danificar o silício. Normalmente, o teste completo seria ideal, junto com o endurecimento do espaço. O JPL chegou à conclusão de que certas propriedades da tecnologia Qualcomm Flight reduziriam o risco de falhas e supririam as necessidades do voo em outro planeta.

A extensa metodologia de testes em usos comerciais da Qualcomm também contribuiu para o projeto.  Foram realizados rigorosos testes de hardware nos laboratórios da empresa, além de testes que simularam as condições marcianas aqui na Terra.

Segundo a Qualcomm, o projeto foi uma oportunidade única para testar sua plataforma em condições extremas  e produziu aprendizados valiosos que poderão ser aplicados no desenvolvimento tecnológico para futuras missões espaciais utilizando tecnologias comerciais e de pesquisa e também para impulsionar inovações robóticas da empresa.