Subscribe to our Newsletter!
By subscribing to our newsletter, you agree with our privacy terms
Home > IoT > Qualcomm e Google se unem em torno do RISC-V para wearables
Outubro 25, 2023
Qualcomm Technologies e Google anunciaram uma iniciativa de cooperação em torno de uma solução para dispositivos vestíveis (wearables) baseada no processador RISC-V e no sistema Wear OS do Google. O objetivo é gerar oportunidades para que mais produtos explorem as vantagens de CPUs personalizadas de baixo consumo de energia e alto desempenho. As empresas afirmam que continuarão investindo nas plataformas Snapdragon Wear como principal fornecedor de chips para smartwatches no ecossistema Wear OS.
“A Qualcomm Technologies tem sido um pilar do ecossistema Wear OS, fornecendo sistemas de alto desempenho e baixo consumo de energia para muitos de nossos parceiros OEM. Estamos entusiasmados em poder ampliar nosso trabalho com a Qualcomm Technologies e levar ao mercado uma solução vestível baseada no RISC-V”, afirma Bjorn Kilburn, gerente geral do Google Wear OS.
Em maio passado, Qualcomm Technologies e Google se juntaram a outros integrantes do setor para lançar o Ecossistema de Software RISC-V (RISE), esforço colaborativo para acelerar a disponibilidade de software voltado para núcleos RISC-V de alto desempenho e eficiência energética. Os membros do RISE vão contribuir financeiramente e também com talentos na área de engenharia para abordar produtos de software priorizados pelo comitê técnico do RISE.
Além disso, em agosto, a Qualcomm Technologies anunciou que está investindo em uma nova empresa, com sede na Alemanha, para promover a adoção do RISC-V mundialmente. O foco inicial será automotivo, mas com uma eventual expansão para abranger incluir dispositivos móveis e Internet das Coisas (IoT).
Quando pensamos em processadores, geralmente nos lembramos de marcas como Intel, AMD e Nvidia, entre outras, e também de suas respectivas arquiteturas de conjuntos de instruções (ISA, na sigla em inglês) usadas pelos chips no nível da máquina; as ISAs mais comuns são CISC (Complex Instruction Set Computer) e RISC (Reduced Instruction Set Computer).
Historicamente, a arquitetura x86 (CISC) dominou o mercado por muito tempo, principalmente no mundo dos computadores pessoais, até a chegada da arquitetura ARM (Advanced RISC Machines), com foco na eficiência energética para dispositivos móveis.
Mais recentemente, um novo nome entrou em cena, RISC-V (pronuncia-se RISC “five”). Trata-se de mais um tipo de ISA que teve sua origem no Laboratório de Computação Paralela (Par Lab) na Universidade da Califórnia, Berkeley em 2010. Tem com característica principal ser de código aberto, ao contrário das outras duas arquiteturas proprietárias bem difundidas (x86 e ARM), que possuem taxas de licenciamento e limitações de personalização.
Pela natureza aberta do RISC-V, arquitetos, designers e desenvolvedores podem modificar e melhorar sua base simples de instruções. Como a nomenclatura sugere, RISC-V é da classe RISC, ou seja, conta com um conjunto pequeno de instruções, tornando sua adaptação muito mais fácil para personalizar processadores.
Em termos tecnológicos, o RISC-V é claramente uma alternativa de código aberto à arquitetura ARM. Ao longo dos anos, a ARM permitiu a gigantes da indústria como Apple, AMD e a própria Qualcomm projetar e fabricar CPUs e GPUs otimizadas para diferentes aplicações, desde dispositivos móveis com demandas de eficiência energética até servidores de alto desempenho.
Agora, o RISC-V surge visando oferecer mais controle, visibilidade e flexibilidade de personalização e inovação no domínio dos processadores e também como um meio interessante para reduzir custos e assegurar competitividade para fabricantes de equipamentos originais (OEMs) e fornecedores de chips.
De acordo com Ziad Asghar, vice-presidente sênior de gestão de produtos da Qualcomm Technologies, o RISC-V integra produtos da empresa desde 2019, como uma alternativa a arquiteturas legadas, mais rígidas. Por exemplo, a plataforma Snapdragon 865 usa microcontroladores RISC-V, porque a Qualcomm buscava algo muito específico para fins de controle do chip, e o RISC-V permitiu projetar exatamente o que era necessário.
“O RISC-V tem claramente um potencial incrível. Para desenvolvedores de produtos, elimina o problema de estar vinculado ao portfólio limitado de núcleos disponíveis sobre um ISA proprietário. E elimina a necessidade de investir em taxas de licença para o desenvolvimento de novos processadores. O RISC-V abre, para qualquer empresa no mundo, a possibilidade desenvolver processadores sem pagamento de taxas ou royalties”, afirma Asghar.
O executivo acrescenta que a parte realmente interessante é poder personalizar o RISC-V para atender com precisão os objetivos de novos produtos. “Esse tipo de abertura, flexibilidade e capacidade de expansão é extremamente atraente para nós e também para outras empresas”, destaca Asghar.
Pagamento de licenças tem sido um motivo de disputa judicial entre Qualcomm e Arm (empresa que licencia a arquitetura ARM), apesar de uma parceria de longa data. A Arm entrou com uma ação judicial contra a Qualcomm e a Nuvia (startup atuante na área de CPUs adquirida pela Qualcomm em 2021), alegando quebra de contrato de licenças e marcas registradas da Nuvia.
Além da questão judicial, há quem diga que a Qualcomm e outras empresas estão buscando o RISC-V como caminho para se isolar da Arm que, está no centro da maioria dos dispositivos móveis, mas pode estar em maus lençóis por não ganhar muito dinheiro com os negócios de licenciamento. Outro motivo do interesse pelo RISC-V é a guerra comercial entre Estados Unidos e China. Para fugir da influência política do governo norte-americano, a Fundação RISC-V até já se mudou para a Suíça em 2019 e foi rebatizada como “RISC-V International”. No entanto, a questão promete esquentar e ter novos capítulos, visto que, no início de outubro, legisladores dos Estados Unidos pressionaram o presidente norte-americano Joe Biden para impor restrições às empresas norte-americanas de trabalhar com RISC-V utilizado regularmente na China.
Novembro 27, 2023
Novembro 24, 2023
Novembro 07, 2023
Novembro 06, 2023
Outubro 31, 2023
Outubro 30, 2023
Outubro 20, 2023
Previous
Cientistas criam sensores biodegradáveis para agricultura de precisão
Next
5G habilita iluminação inteligente em cidade brasileira