Projeto open source da Samsung facilita pesquisa em saúde digital

Samsung Healthstack
Sheila Zabeu -

Maio 17, 2023

A Samsung Electronics anunciou recentemente o projeto de código aberto Samsung Health Stack 1.0 voltado pesquisa em saúde digital. O objetivo é facilitar a criação de aplicativos, serviços de backend e ferramentas de análise para dispositivos vestíveis baseados nos sistemas operacionais Android e Wear OS.

Segundo a Samsung, smartphones e wearables têm potencial para revolucionar a pesquisa em saúde e o desenvolvimento de biomarcadores baseados em dados. No entanto, é preciso investir quantias significativas de tempo e dinheiro na criação de aplicativos e serviços móveis na área de saúde, atividade muitas  vezes desconhecida para pesquisadores médicos. O Samsung Health Stack pretende justamente reduzir obstáculos entre os dois lados, a tecnologia digital e a medicina.

“O Samsung Health Stack, que quer tornar mais fácil e segura a aquisição de dados digitais de saúde, diminuirá as barreiras entre pesquisadores médicos e especialistas em tecnologia digital, servindo como base para a inovação no setor da saúde digital”, afirma Yunsu Lee, vice-presidente e chefe da equipe de inteligência de dados da Samsung. “Ao promover o desenvolvimento de serviços digitais de saúde, esperamos melhorar a qualidade de vida das pessoas em todo o mundo. Também esperamos que o Samsung Health Stack, sendo um projeto de código aberto, seja útil para muitas pessoas nesse campo.”

Os dispositivos vestíveis usados na área de saúde, em geral, contam com um aplicativo móvel que armazena e analisa os dados coletados. O Samsung Health Stack tem em vista oferecer uma estrutura comum que facilite o desenvolvimento de conjunto desses aplicativos.

Essa pilha tecnológica (tech stack) reúne ferramentas, aplicativos e serviços frequentemente usados para desenvolver um produto final. O Samsung Health Stack é justamente esse pacote apresentado como uma solução de código aberto que coleta e analisa dados vindos de dispositivos vestíveis com sistemas Android e Wear OS. E, conforme reforça a Samsung, como projeto de código aberto, o Samsung Health Stack está aberto a contribuições que busquem promover o avanço do projeto.

A pilha tecnológica inclui:

  • Um kit de desenvolvimento de software (SDK);
  • Um portal web para criação de pesquisas, gestão de membros da equipe, rastreamento de participantes e análise de dados;
  •  Serviços de backend e um mecanismo de dados disponíveis por meio de interface de programação de aplicativos (APIs).

Com esse pacote, desenvolvedores podem criar aplicativos de forma rápida e fácil, enquanto participantes de pesquisas podem ter certeza de que os dados fornecidos estão sendo gerenciados com segurança.

Por exemplo, durante a realização de estudos com wearables sobre condições como diabetes e hipertensão, o Samsung Health Stack permite que pesquisadores simplifiquem o processo de coleta de dados inserindo apenas informações relevantes no portal. Já os aplicativos desenvolvidos com o App SDK podem facilitar a comunicação frequente entre pesquisadores e participantes de estudos, levando a melhores resultados e tornando o processo de desenvolvimento mais rápido para que os pesquisadores assumam projetos de saúde mais variados e proativos.

Desde o lançamento da versão alfa na Samsung Developer Conference (SDC) de 2022, o Samsung Health Stack avançou e ganhou uma versão beta em março. A versão 1.0 está programada para ser lançada em junho.

O Samsung Health Stack 1.0 terá melhorias na introdução de pesquisas, na integração de participantes, na coleta de dados de dispositivos vestíveis e em funções básicas de pesquisa. Segurança e estabilidade foram aprimoradas para garantir mais confiabilidade às pesquisas. A versão também oferece um recurso que rastreia o progresso dos participantes clínicos em tarefas específicas relacionadas à pesquisa. O recurso de enquete, que permite aos pesquisadores adquirir dados diretamente dos participantes, também foi aprimorado com uma função dinâmica que pode refletir o objetivo da pesquisa e as intenções dos pesquisadores com base nas respostas dos participantes, permitindo que ações de acompanhamento sejam realizadas posteriormente.

Com ferramentas de gestão de pesquisa mais fáceis de usar, o Samsung Health Stack 1.0 permite que pesquisadores se concentrem mais no design da pesquisa. Também possui vários métodos para que participantes possam fornecer informações relevantes, evitando atrasos. A documentação fornecida aos desenvolvedores também foi significativamente melhorada para facilitar a construção de sistemas de pesquisa.

Erros no processo de desenvolvimento

Desenvolver um aplicativo para dispositivos vestíveis pode ser uma tarefa custosa. Se possuir uma interface que não proporcione uma experiência interessante ao usuário, tal aplicativo pode estar condenado ao fracasso logo em sua primeira versão, adverte o Forbes Tech Council.

O grupo destaca ERROS que devem ser evitados para manter esses projetos de desenvolvimento no orçamento e com mais chances de sucesso:

1. Esquecer a sincronização entre plataformas — A sincronização entre plataformas permite usar produtos de diferentes fornecedores, por exemplo, fones de ouvido Google Pixel e um Mac.

2. Não incluir tecnologia ML no dispositivo — Dispositivos vestíveis podem se beneficiar significativamente com a tecnologia de aprendizado de máquina instalada no dispositivo. Iniciativas como TinyML já são apoiadas por um número significativo de fabricantes de processadores e permite construir sensores de baixo custo que consomem pouca energia.

3.  Negligenciar a otimização da bateria — Dispositivos vestíveis podem reduzir a vida útil da bateria reduzida quando conectados a vários aplicativos, por isso é crucial otimizar o consumo de energia.

4. Não considerar limitações — Dispositivos vestíveis têm telas, autonomia de bateria e poder de processamento limitados, portanto é preciso levar isso em conta no design dos aplicativos.

5. Não proteger o aplicativo — Tecnologias vestíveis também estão expostas a vulnerabilidades e falhas de segurança, portanto é importante priorizar a segurança dos aplicativos em questões, por exemplo, de credenciais ou transferência segura de dados.

6. Esquecer-se de experiência do usuário — Não se pode esquecer, ao incluir cada recurso no aplicativo, de se perguntar como isso ajudará a oferecer mais valor a quem o usa.

7. Ignorar a privacidade — Dispositivos vestíveis trabalham com dados pessoais que não podem ficar expostos a violações de privacidade.

8. Lotar a tela do dispositivo vestível de informações — A tela dos dispositivos móveis é bem pequena, em geral. Adicionar muitos recursos pode cansar o usuário com a rolagem da tela e muitas informações desnecessárias.

9. Não prestar atenção ao design — Priorize a experiência do usuário (UX) prestando atenção ao design, à navegação e à usabilidade.

10. Adicionar processos de várias etapas — Não acrescente recursos que serão pouco usados. Concentre-se em boas notificações, ações rápidas e acionáveis por um único botão.

11. Copiar outro modelo — Aplicativos para dispositivos vestíveis devem ter algo único, portanto é importante decidir quais recursos são mais essenciais e se concentrar em criá-los bem.

12. Não priorizar a segurança — Não custa lembrar que segurança deve vir em primeiro lugar!

13. Não considerar quando como os dispositivos vestíveis serão usados — Lembre-se das situações em que o aplicativo será usado, pois muitas vezes o usuário consegue dar apenas uma rápida olhada enquanto estiver em movimento.

14. Forçar o usuário a dar muitas informações — Idealmente, o usuário deve poder usar o aplicativo mesmo quando optar por não fornecer informações pessoais.

15. Otimizar os parâmetros do modo padrão — A otimização desses campos pode melhorar a experiência do usuário final.