Plataformas low-code impulsionam projetos de Internet das Coisas

Sheila Zabeu -

Julho 22, 2022

Interconectar uma infinidade de componentes e tecnologias é um obstáculo a ser superado quando se trata da implementação bem-sucedida de projetos envolvendo a Internet das Coisas (IoT). Essa tarefa é geralmente realizada por profissionais com experiência e conhecimento adequados para resolver complexidades técnicas. São programadores, engenheiros e cientistas de dados que têm a missão de conectar hardware, recursos de conectividade e nuvens para transformar dados brutos de sensores em informações úteis para a aplicação de negócio.

No entanto, profissionais com conhecimento técnico muitas vezes não são os mesmos que possuem conhecimento de domínio. Esse descompasso pode gerar atrasos, custos elevados e outros pontos de atrito nos projetos, segundo a visão da empresa Akenza.io.

Uma saída é se voltar para plataforma de desenvolvimento low-code para soluções IoT, ou seja, que exigem pouca programação ou geração de código. Elas facilitam a participação direta de equipes de inovação e operações no processo de desenvolvimento e aceleram o trajeto desde a concepção da ideia à prova de conceito (PoC), segundo a  Akenza.io. O conceito low-code não está restrito apenas à esfera da IoT e está ganhando força em vários espectros da TI a ponto de uma pesquisa do Gartner afirmar que “até 2024, o low-code será responsável por mais de 65% da atividade de desenvolvimento de aplicativos”.

Entre os benefícios do low-code, estão a maior taxa de sucesso das POCs e a melhor adequação ao mercado, já que esse tipo de plataforma reduz a distância entre negócios e TI e assim tem mais chance de gerar valor de negócios. Em outras palavras, é capaz de incluir todas as partes interessadas no processo de desenvolvimento a fim de usar bem conhecimento em vários aspectos na interpretação dos dados provenientes da IoT.

Outras vantagens trazidas pelo desenvolvimento low-code têm a ver com o menor time-to-market das soluções de IoT e, obviamente, a redução de custos de implementação. Por fim, arquiteturas low-code podem facilitar a introdução de novos recursos e funcionalidades nas soluções de IoT e diminuir o custo total de propriedade.

“Ferramentas low-code são aceleradoras. Os usuários finais podem criar facilmente scripts e processos complexos nos dispositivos gerenciados sem nenhum conhecimento técnico – permitindo um desenvolvimento mais rápido e mais confiabilidade do ponto de vista comercial, pois é desenvolvido diretamente pelos responsáveis pelos negócios”, afirma Charles Cote, arquiteto-chefe da Capgemini para América do Norte, ao site IoT World Today.

O site CodeResist analisou as 10 principais plataformas low-code para IoT que permitem criar desenvolver aplicações e painéis de controle para Internet das Coisas de maneira rápida e fácil. São elas Flowfinity, Axonize, akenza, Blinky, DG Solution Builder, JourneyXP, Any2Info, Fogwing, Waylay e Losant.

Use com cuidado

Como tudo na vida, no caso das plataformas low-code para IoT, também há desvantagens, além de benefícios. Não podemos esquecer que ferramentas de desenvolvimento que demandam pouca programação podem gerar código em excesso e assim pode prejudicar o desempenho das soluções de IoT.

Além disso, plataformas low-code para IoT podem ter um esquema de programação genérico demais para lidar com dispositivos de IoT com mais especificidades. Pode ser que, em algum momento, seja preciso contar com a ajuda de integradores de sistemas de TI para chegar à solução final.

Outra preocupação tem a ver com cibersegurança. Será que a programação low-code será capaz de tratar as configurações de segurança dos dispositivos de IoT de forma criteriosa para atender aos padrões mínimos de segurança. É provável que também no quesito segurança seja preciso contar com o aval de quem entende do assunto.

O arquiteto da Capgemini alerta que todas as empresas que desejam criar produtos e serviços baseados na Internet das Coisas podem ser beneficiadas com as ferramentas de desenvolvimento low-code, mas ressalta que o único requisito é ter uma plataforma de IoT sólida por trás para reunir e controlar os dispositivos IoT. O executivo explica que low-code deve ser visto como uma extensão das plataformas IoT – enquanto uma plataforma de IoT inclui poucos processos de negócios fixos, a plataforma low-code abre a API IoT para criar novos processos de negócios com eficiência.