Para modernizar o gerenciamento de endpoints

Cristina De Luca -

Julho 28, 2022

Passada a pior fase da pandemia da Covid-19, muitas empresas estão optando por manter total ou parcialmente o modelo de trabalho mais flexível. Segundo o relatório The Anywhere-Work Guide For Tech Pros 2022 da Forrester, 51% dos líderes empresariais nos Estados Unidos indicaram que vão operar em um formato principalmente híbrido e 15% disseram que pretendem migrar para um modelo quase ou completamente remoto.

Nesse novo cenário, o gerenciamento de endpoints servirá como base crítica para esses novos modelos de trabalho à distancia, que segundo outro estudo da Forrester deve possuir seis características fundamentais:

1. Ser unificado: Essa característica visa facilitar o gerenciamento de todos os dispositivos e aplicativos. A complexidade da gestão de endpoints aumentou à medida que as empresas passaram a ter a necessidade de ampliar suas políticas BYOD (Bring Your Own Device) para torná-las adaptadas aos equipamentos que seus funcionários usavam para trabalhar em casa durante a pandemia. O cenário de aplicativos é igualmente complexo. Por essas razões, o gerenciamento unificado de endpoints ajuda a controlar essa complexidade, administrando-os a partir de um console centralizado.

2. Ser centrado na nuvem: Com essa característica, pode-se aprimorar o suporte para funcionários em qualquer lugar. Também com o trabalho remoto, muito dos processos tradicionais de gerenciamento de endpoints foi por água abaixo. As tarefas de correção de problemas e instalação de patches, por exemplo, não podiam ser mais realizadas pessoalmente. Por isso, contar com a nuvem para ajudar na prestação de serviços de suporte remoto tem sido cada vez uma tática cada vez mais usada. Segundo um relato feito ao Forrester por uma distribuidora multinacional de alimentos, a tendência daqui para frente será comprar dispositivos, configurá-los com APIs baseadas na nuvem, enviá-los diretamente da fábrica para a casa do usuário final e automatizar toda a configuração.

3. Permitir autoatendimento: Essa característica do gerenciamento de endpoints, os funcionários contarão com mais opções para corrigir problemas em dispositivos ou escolher periféricos, por exemplo. Dados levantados pela Forrester em 2021 mostram que a maioria dos funcionários (66%) preferiria usar um catálogo de serviços ou um chatbot para redefinir senhas. Essa é uma boa notícia para profissionais de TI que gastam atualmente muito tempo com questões envolvendo endpoints de pouco valor agregado.

4. Ser sensível ao contexto: Essa característica vai permitir que a gestão de endpoints aplique informações sobre o usuário em suas tarefas, pois se centrar apenas nos dispositivos já não se mostra mais eficaz quando se usam cada vez mais dispositivos variados. Muitas empresas estão adotando plataformas de gerenciamento de endpoints centradas nos usuários para realizar configurações, ajustar políticas e distribuir aplicativos por todos os dispositivos de um determinado usuário. Algumas soluções com análise de riscos relacionados aos usuários são capazes de identificar comportamentos durante a utilização dos dispositivos, como links de phishing clicados, digitação anormal ou arquivos acessados), e automaticamente elevar os níveis de risco em todos equipamentos desse funcionário.

5. Ser automatizado: Essa característica acelera as tarefas de implantação, configuração e correção. A automação também está ajudando a gestão de endpoints no nível das políticas. Por exemplo, soluções desse tipo garantem que os dispositivos retornem automaticamente a um estado garantido de conformidade se a configuração for alterada. Imagine o ganho de produtividade quando é necessário gerenciar milhares de dispositivos sem gastar muito tempo.

6. Ser orientado por análise: Já pensou poder usar telemetria para embasar decisões relacionadas ao gerenciamento de endpoints? A mudança para o trabalho remoto gerou a necessidade de buscar mais dados sobre a experiência dos usuários finais para saber mais sobre a integridade operacional, a segurança e o desempenho dos dispositivos que j[a não estão mais confinados em um único espaço. Ferramentas modernas de gerenciamento de endpoints coletam informações para informar sobre todas essas áreas. Muitas agora fornecem análise de desempenho da inicialização, frequência de reinicialização, uso de versões de software mais antigas e outros dados. Outras podem relatar problemas associados ao desempenho das VPNs e sugerir possíveis correções aos usuários remotos.

Principais desafios

Muitos administradores de TI ainda veem o gerenciamento de endpoints como um processo que consome muito tempo, impedindo-os de se concentrar em prioridades estratégicas. Os principais obstáculos citados têm a ver com o fato de o gerenciamento:

  • Incluir tarefas manuais e custosas. Um estudo da 1E revelou que apenas 10% dos tíquetes de serviço são resolvidos por meio de autoatendimento e que 71% dos processos de rebuilding exigem a geração das imagens no escritório. Tudo isso se traduz em custos que podem chegar a casa dos milhões dependendo do porte da empresa.

  • Estar divorciado da segurança. Não adianta pensar em administração de patches, algo fundamental para garantir cibersergurança, se não houver total visibilidade e controle sobre os endpoints. É preciso haver coordenação entre tarefas de gerenciamento e segurança para que ambos os lados realizem suas tarefas com eficácia.

  • Não considerar o impacto da experiência. As práticas de gerenciamento de endpoints desempenham um papel importante para garantir o bom desempenho da força de trabalho, no entanto faltam informações sobre como a gestão afeta a experiência dos usuários finais. Dados da Forrester de 2021 mostram que apenas 33% dos responsáveis por decisões envolvendo software estão preocupados em ter ferramentas de gestão de experiência do usuário final (End User Experience Management – EUEM).

  • Não levar privacidade em conta. Apesar dos esforços para esclarecer quais dados dos funcionários são coletados durante a gestão dos endpoints, muitos funcionários ainda se recusam a registrar os equipamentos de propriedade pessoal nessas ferramentas.