Mercado eSIM/iSIM ultrapassará 500 milhões de unidades em 2023

O ecossistema IoT celular, baseado nos padrões globais 3GPP, está em rápido crescimento. E já começa a ter sua dinâmica acelerada pelo ótimo desempenho dos módulos eSIM/iSIM. O mercado eSIM/iSIM IoT está prestes a ultrapassar a marca de 500 milhões de unidades em 2023, de acordo com projeções da IoT Analytics. Apenas no primeiro trimestre, mais de 450 milhões de módulos de IoT passaram a suportar 16% das 2,8 bilhões de conexões IoT celulares ativas no mundo.

Os analistas acreditam que os eSIMs se tornarão a tecnologia SIM dominante nos próximos 2 a 3 anos. E que os iSIMs comecem a conquistar maior participação de mercado por conta dos recursos de segurança aprimorados que oferece. No longo prazo, espera-se que até mesmo o mercado de eSIM migre para a tecnologia iSIM, com o iSIM dominando o mercado.

Dois fatores continuarão impulsionarão o crescimento do eSIM e do iSIM na indústria de celulares: regulamentações de segurança cibernética que levarão à necessidade de implementação de segurança chip-to-cloud e as recém-aprovadas especificações GSMA SGP.31 e o SGP.32.

O lançamento de iSIMs comerciais certificados pela indústria, por empresas como Qualcomm e Thales, tem o potencial de desencadear uma tendência para a adoção em massa dessa nova tecnologia eSIM, com pesquisas da Kaleido Intelligence sugerindo que o mercado de iSIM crescerá para 300 milhões até 2027.

Diferenças entre o iSIM e o eSIM

O iSIM pega todos os benefícios do eSIM e os incorpora ao processador do dispositivo. Embora o eSIM esteja embutido no dispositivo, ele ainda é um processador separado no dispositivo. Um iSIM incorpora a funcionalidade de um cartão SIM na arquitetura de sistema em chip (SoC) do dispositivo sem um processador separado. Como não requer espaço físico para um chip eSIM ou cartão SIM removível, o iSIM libera mais espaço no design dos dispositivos.

Como um iSIM permite que os dispositivos se conectem a uma rede móvel sem a necessidade de um cartão SIM físico ou eSIM soldado em uma placa de circuito impresso, ele permite a criação de dispositivos e sensores conectados bem menores que os atuais. Também precisam de muito menos energia do que os eSIMs, permitindo implantações de IoT em escala industrial que podem se tornar financeira e operacionalmente possíveis.

Muitas indústrias estão experimentando os benefícios da IoT celular, por exemplo, nos setores de eletrônicos de consumo, automotivo, ferroviário, mineração, serviços públicos, saúde, agricultura, manufatura e transporte. Quase todos os setores podem ser transformados com IoT celular.

A expectativa da indústria é o de que os chips iSIM se tornem mainstrem em 5 anos. Os SIM cards levaram 22 anos para ser um mercado de massa. E os eSIM, 12 anos.

Por poderem ser mais facilmente instalados em dispositivos menores, como pulseiras fitness e relógios inteligentes, além de dispositivos M2M de aplicações IoT, eSIM e iSIM são também companheiros ideais do 5G em casos de uso de 5G-IoT. As oportunidades apresentadas pela IoT celular, sustentadas pelo 5G, são abundantes. A tecnologia iSIM está reduzindo a complexidade e os custos, além de fornecer a base segura que permitirá que a IoT seja dimensionada na onda 5G e posteriormente na onda 6G. 

Além disso, “no espaço 5G-IoT o custo é tudo e é aqui que o iSIM se destaca. Sua significativa diferença de custo possibilita aplicações celulares que antes não eram viáveis. É um mundo totalmente novo que estamos apenas começando a explorar”, explica Alex Sinclair, diretor de tecnologia da GSMA.

Um dos exemplos marcantes de aplicações de um iSIM em IoT é apresentado pela Vodafone por meio de um vídeo promocional. A gigante das telecomunicações prevê etiquetas inteligentes, alimentadas por iSIM, que podem ser colocadas em pacotes para rastreá-los durante toda a duração do envio para monitorar o estado em que são enviados. Desta forma, um iSIM pode substituir soluções tradicionais como etiquetas RFID. Provedores de logística global podem rastrear mais ativos em tempo real com módulos M2M de baixo consumo de energia que duram meses entre as cargas.