Mercado de soluções IoT para cadeias  frias deve atingir €1,2 bilhão até 2026

BOSCH Divulgação
Sheila Zabeu -

Setembro 24, 2022

As cadeias frias de IoT estão esquentando, mas não é por conta de mau funcionamento, mas sim pela velocidade de crescimento do setor. Segundo a Berg Insight, empresa de pesquisa especializada no mercado de Internet da Coisas (IoT), o número de dispositivos de rastreamento e monitoramento de cargas e unidades de transporte refrigeradas, incluindo reboques, contêineres intermodais, vagões, contêineres, caixas e paletes, atingiu 4,1 milhões em todo o mundo em 2021. Com uma taxa composta de crescimento anual de 17,4%, esse número deve chegar a 9,2 milhões até 2026.

A receita total do setor de rastreamento de cargas e contêineres refrigerados atingiram cerca de €720 milhões em 2021. A parcela desse valor relacionado a software e serviços foi de 49,3%, sendo que o restante se relacionou a hardware. Com uma taxa composta de crescimento anual de 11,4%, o valor total desse mercado deverá atingir €1,2 bilhão em 2026.

Estudo da Berg Insight
Fonte: Berg Insight

Entende-se por cadeias frias o fluxo de alimentos perecíveis, produtos farmacêuticos, químicos e eletrônicos que são normalmente sensíveis à exposição de variações de temperatura, bem como a choques, vibrações e movimentos de inclinação. Esses tipos de mercadorias exigem um transporte em ambiente de temperatura controlada ao longo de toda a cadeia de suprimentos. Segundo o estudo, a frota global de reboques refrigerados e contêineres intermodais soma mais de 4,0 milhões de unidades. Já o número vagões ferroviários de carga e ULDs (Unit Load Device) com temperatura controlada em uso mundialmente estão na casa das dezenas de milhares.

As soluções de rastreamento e monitoramento das cadeias frias fornecem dados em tempo real sobre a localização e as condições gerais da carga. Os dispositivos de rastreamento podem rastrear as unidades de transporte de carga ou a própria carga e podem ser instalados permanente ou temporariamente. Há hoje no mercado dispositivos com diferentes fatores de forma e tecnologias para atender variadas demandas.

A Berg Insight estima que as remessas de sistemas de rastreamento remoto com recursos de comunicação via redes de celular ou satélite para cargas refrigeradas e contêineres de carga tenha atingido 2,4 milhões de unidades em todo o mundo em 2021. Com uma taxa composta de crescimento anual de 16,2%, esse número deve atingir 5,1 milhões em 2026.

“O setor de logística está passando por uma grande transformação acelerada pelos problemas nas cadeias de suprimentos após a pandemia do COVID-19. Agora o setor está investindo intensamente em soluções digitais para melhorar a visibilidade e a segurança dessas cadeias. As soluções de rastreamento para cadeias frias oferecem um valor significativo para transportadores e fornecedores, com dados sobre a localização e as condições das cargas apresentados em tempo real”, afirma Martin Backman, analista sênior da Berg Insight.

 Segundo o executivo, a falta de dados atualizados e relevantes é uma das principais razões de cargas estragadas. Isso pode acabar gerando grandes prejuízos, visto que os produtos transportados pelas cadeias frias, em geral são de alto valor. “O ano de 2021 foi espetacular para o setor de rastreamento das cadeias frios, e o futuro parece ainda mais brilhante, pois a indústria está pronta para investir em tecnologia”, conclui

Não basta ser tech, tem de ser sustentável também

Operadores das cadeias frias também já estão se dando conta de que não basta ser tecnológico, é preciso também considerar em suas operações elementos de sustentabilidade, como metas de uso de energia e maneiras de trabalhar com a máxima eficiência.

A prestadora de serviços de temperatura controlada United States Cold Storage (USCS) comentou recentemente que sustentabilidade é “alcançada por meio de design e construção de armazéns de última geração, uso de tecnologia de refrigeração ecologicamente correta e utilização de materiais e tecnologias de eficiência energética”.

A empresa pretende reduzir sua pegada de carbono em 1,5% em um ano. Nos últimos cinco anos, a USCS diz ter reduzido suas emissões de gases de efeito estufa em 12%, mesmo tendo elevado sua capacidade cúbica em 31%.

No ano passado, outras empresa de armazenamento e transporte em temperaturas controladas, a Americold, foi reconhecidas pela Global Cold Chain Alliance (GCCA) por 203 de suas unidades terem alcançado excelência energética. A GCCA mantém um programa para motivar operadores de armazéns refrigerados a estabelecer, manter e aprimorar suas “culturas de conservação de energia”. De acordo com a instituição, o uso de energia em depósitos é o segundo maior no setor de armazenamento a frio, atrás apenas da mão de obra.