Iniciativas brasileiras são finalistas de prêmio para cidades inteligentes

Smart cities
Sheila Zabeu -

Agosto 23, 2023

Três projetos brasileiros foram selecionados como semifinalistas da primeira edição do Seoul Smart City Prize promovido pelo governo metropolitano de Seul, na Coreia do Sul, e pela fundação Organização Mundial de Cidades Sustentáveis Inteligentes (WeGO). O prêmio visa promover a inovação em modelos de cidades inteligentes inclusivos, que sejam impulsionados pela Tecnologia da Informação e de Comunicação (TIC) para cuidar de grupos vulneráveis. Por acreditar que cidades inteligentes devem ser centradas tanto na tecnologia quanto nas pessoas, o prêmio contempla duas categorias: Tech-InnovaCity e Human-CentriCity.

Os semifinalistas brasileiros estão todos na categoria centrada em pessoas. Uma das cidades São Paulo, com seu Mapa de Rede de Serviços Acessíveis. Trata-se de um mapa online que apresenta geograficamente equipamentos públicos e prestam atendimento a pessoas com deficiência. O principal foco é a simplificação da busca de informações sobre acessibilidade na capital paulista.

A segunda iniciativa brasileira finalista da premiação vem de Belo Horizonte, com seu Programa de Inclusão Digital que realiza ações para inserção da população em situação de vulnerabilidade no universo TIC. O trabalho se baseia em três pilares: conectividade, com a instalação e manutenção de 3.700 pontos gratuitos de acesso à Internet que já cobrem 100% das vilas e favelas da cidade; distribuição de 2 mil equipamentos, entre computadores, tablets e smartphones, que após recondicionados são doados às famílias atendidas pelo projeto; e capacitação por meio de oficinas e cursos, com 9.300 certificações. 

A terceira cidade é Curitiba, com seu ecossistema de inovação, o Vale do Pinhão, criado em 2017 para integrar agentes de inovação voltada à cidade e também investir em ações e programas que promovam o desenvolvimento e o crescimento de empresas de base tecnológica. A iniciativa já recebeu outros reconhecimentos internacionais nos ramos das cidades inteligentes, por inovações em mobilidade urbana e por aplicar a tecnologia para melhorar a vida das pessoas.  O ecossistema de inovação curitibano foi finalista do World Smart City Awards 2019 e venceu o prêmio Latam Smart City Awards 2021.

A premiação de cidades inteligentes de Seul recebeu mais de 200 inscrições de 47 países e 93 cidades da Ásia, África, Europa, América Latina, Oriente Médio, América do Norte e Oceania. Para realizar a avaliação, o comitê da premiação se associou ao Centro de Avaliação do Desenvolvimento Internacional (CIDE) da Universidade Nacional de Seul. A metodologia adotada incorpora processos de coleta e análise de dados para contar com indicadores ou variáveis que meçam as circunstâncias ou o potencial de desenvolvimento de cada cidade. Na metodologia, os esforços empregados na construção de cidades inteligentes inclusivas e centradas nos cidadãos foram considerados fundamentais.

A cerimônia de premiação será realizada entre 24 e 26 de setembro em Seul.  Os vencedores poderão participar de um programa de capacitação em 2024, que facilitará o aprendizado entre as principais cidades e organizações e oferecerá a oportunidade de colaborar com o governo metropolitano de Seul em um projeto de cidade inteligente incluindo vários modelos, como estudo de viabilidade e implementação-piloto, cooperação triangular e demonstração colaborativa.

Cidades paulistas mais inteligentes

No início de agosto, cerca de 3.500 engenheiros e profissionais de tecnologia e geociências que se reuniram no Segundo Simpósio de Cidades Inteligentes, promovido pelo Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Estado de São Paulo (Crea-SP), para conhecer a conclusão de um trabalho cuja missão foi identificar e propor soluções inovadoras para transformar os municípios paulistas em cidades inteligentes.

A iniciativa somou 90 dias de discussões, em quatro etapas regionais do Colégio de
Inspetores nas cidades de Sorocaba, Atibaia, São José do Rio Preto e Jaguariúna, com o envolvimento de mais de 2 mil profissionais, entre engenheiros, agrônomos, geocientistas e tecnólogos. Após conhecerem a realidade de cada região de São Paulo, os grupos produziram relatórios técnicos em torno dos temas acessibilidade, agricultura e políticas públicas, capacitação profissional, desenvolvimento urbano e habitação, participação feminina na área tecnológica e saneamento básico. O relatório final consolida os principais desafios, bem como propostas para melhoras a qualidade de vida das cidades de acordo com as demandas mapeadas.