Índice mede preparação das empresas para projetos de IoT

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Sheila Zabeu -

Junho 09, 2023

Um novo índice quer ajudar a medir a preparação das organizações para adotar projetos de Internet das Coisas. O IoT Readiness Level (IRL) proposto pela Eseye, fornecedora de soluções de conectividade para IoT, tem como objetivo avaliar a maturidade dos projetos e a prontidão técnica e operacional para implementá-los.

Segundo a Eseye, o IRL se baseia em seu conhecimento e em sua experiência com milhares de dispositivos IoT e projetos de conectividade para criar uma avaliação abrangente cobrindo todos os aspectos envolvidos na adoção de soluções IoT, desde infraestrutura e conectividade até gestão de dados. Além disso, é fundamentado nos princípios do Technology Readiness Level (TRL) da NASA, considerado o padrão-ouro para medir a maturidade de novas tecnologias.

A expectativa da Eseye é que a aplicação do IRL possa oferecer a cada cliente uma avaliação personalizada, mostrando exatamente como sua prontidão para IoT se compara às melhores práticas do mercado e a projetos semelhantes em sua área de operação.

“Reconhecemos que cada caso de uso de IoT é diferente dos demais e que muitos deles enfrentam dificuldades para implementar com sucesso uma solução de IoT. Isso ocorre por conta de desafios específicos relacionados aos dispositivos e projetos, bem como à falta de um padrão objetivo no setor. Nosso índice IRL utiliza um conjunto de métricas detalhadas para fornecer, em uma escala de 0 a 9, uma avaliação objetiva das capacidades de cada organização”, afirma Nick Earle, CEO da Eseye.

Os resultados de cada avaliação permitem a criação de um programa de serviços personalizados que visa levar o cliente rapidamente a um nível de maturidade mais elevado, permitindo cumprir as metas do projeto e alcançar o retorno do investimento antecipadamente.

A Eseye também está oferecendo uma nova oferta de serviços baseada em assinatura chamada IoT LaunchPad, que inclui serviços IoT personalizados para cada projeto, com o objetivo de reduzir custos e riscos de falha e implementar dispositivos IoT mais rapidamente. Os serviços do LaunchPad incluem desde design ou redesign de dispositivos (para modelos existentes), desenvolvimento de engenharia, integração tecnológica, testes e validação dos dispositivos e suporte para certificação.

A avaliação pelo índice IRL já está disponível no site da Eseye para empresas de todos os tamanhos de empresas, mediante agendamento.

Projetos de IoT estão amadurecendo?

Não é curta a lista de projetos de IoT que relatam falhas causadoras de perda de tempo e de dinheiro. Segundo um relatório da Beecham Research de 2020, 58% das empresas consideravam que seus projetos de IoT eram malsucedidos. Alguns projetos falhavam antes mesmo de entrarem em operação — metade estava em fase de piloto ou teste (prova de conceito — PoC), enquanto outros 35% estavam no primeiro estágio da implantação.

Fonte: Beecham Research 2020

Particularmente marcante nas respostas acima foi a alta expectativa em viabilizar novos modelos de negócios, meta que foi pouco alcançada. Além disso, grande parte das outras metas também não foi atingida no respectivo nível de expectativa. Esses resultados deixaram a entender que a complexidade das soluções de IoT havia sido subestimada, segundo o estudo.

Em 2023, a Beecham Research voltou a fazer uma pesquisa semelhante à de 2020, com a mesma pergunta aos entrevistados, ou seja, como viam seus projetos de IoT. Os gráficos a seguir mostram uma melhoria acentuada em três anos.

Fonte: Beecham Research 2020

Na pesquisa de 2023, foi introduzida outra resposta alternativa – ‘Muito cedo para dizer’. A conclusão da Beecham Research é que a ‘onda’ de sucesso’ foi mais elevada e tendeu para a direita em comparação com os resultados 2020, significando que houve melhoria significativa, porém com mais a fazer, principalmente ir além das metas iniciais de redução de custos para introduzir novos modelos de negócios e gerar novos fluxos de receita.

Fonte: Beecham Research 2020

O estudo alerta que as Figura 3.13 e 3.14 devem ser interpretadas em conjunto, mas a última se refere às respostas daqueles que classificaram seus projetos de IoT como quase ou totalmente malsucedidos. Os dados mostram que ‘Gerar receita’ e ‘Permitir novos modelos de negócios’ foram particularmente malsucedidos. Esses resultados normalmente levam mais tempo para surgir. Em contraste, ‘Reduzir Custos’ e ‘Melhorar a produtividade/eficiência’ geralmente são benefícios mais rápidos de alcançar e, portanto, pontuaram ligeiramente melhor.

Não se pode deixar de comentar como o sucesso dos projetos de IoT foi especificamente abordado na pesquisa da Beecham Research, conforme mostrado na imagem abaixo. Isso é importante, pois mostra os critérios que foram usados para determinar o sucesso ou não.

Fonte: Beecham Research 2020

O que fazer para ter sucesso nos projetos de IoT

Há algumas medidas que podem ajudar a garantir o sucesso dessas iniciativas, especialmente úteis para quem não domina tecnologia, mas é responsável pela aprovação e supervisão de tais projetos. Essas medidas foram recentemente listadas pelo Conselho de Negócios da Forbes:

1. Definir claramente os objetivos, a alocação de recursos e como os resultados serão medidos;

2. Formar uma equipe com conhecimento adequado, pois projetos de IoT costumam demandas vários conhecimentos e competências especializadas nas áreas de dispositivos, gateway, redes, plataformas de nuvem, segurança, entre outros;

3. Reunir conhecimento e capacidade necessários também no campo de dispositivos IoT periféricos, como sensores, controladores e medidores, que coletam dados e os enviam para gateways próximos;

4. Implementar medidas robustas de segurança, pois dispositivos e sistemas IoT também são vulneráveis a ataques cibernéticos, sem falar nos dados coletados e transmitidos que precisam contar com soluções de autenticação, autorização e criptografia;

5. Planejar como ampliar o projeto no futuro, pois algumas implementações podem chegar a ter de lidar com milhões de dispositivos e grandes volumes de dados ao mesmo tempo;

6. Priorizar a experiência do usuário, pensando em maximizar a eficiência e otimizar a experiência;

7. Entender todas as opções financeiras, pois cada fornecedor cobrará uma margem ou taxa separada, sem mencionar desafios de coordenação e ineficiências.