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Home > Monitoramento de TI > TI Hospitalar > Google quer facilitar o desenvolvimento de apps de saúde
Março 22, 2023
O Google quer facilitar o desenvolvimento de aplicativos de saúde e, para isso, apresentou durante o The Check Up, evento anual da empresa sobre saúde, o Open Health Stack, kit de código aberto criado sobre um padrão interoperável de dados.
O Open Health Stack tem por objetivo acelerar a criação de aplicativos voltados para profissionais de saúde que necessitam ter acesso a informações e insights para tomar decisões bem fundamentadas. Por exemplo, enfermeiros podem ter as informações de que precisam para cuidar de pacientes em áreas rurais ou consultar dados populacionais para monitorar a saúde de uma comunidade.
Um dos componentes do Open Health Stack é o Android FHIR SDK, que garante segurança e privacidade dos dados armazenados no aplicativo, e também os tornam acessíveis off-line para que possam ser usados mesmo em locais sem cobertura de celular ou acesso à Internet. O Open Health Stack também fornece diretrizes de design para melhorar a experiência dos profissionais de saúde.
O Google está compartilhando histórias de parceiros para mostrar como o Open Health Stack está sendo aplicado em diferentes casos de uso. Um desses casos acontece no Quênia, onde um aplicativo de saúde materna apoia voluntários para atuar junto a mulheres grávidas em comunidades rurais.
Também durante o evento, o Google destacou que passou os últimos anos pesquisando Inteligência Artificial (IA) direcionada a cuidados de saúde. Avanços da empresa têm a ver com o Large Language Model (LLM – ferramentas de Inteligência Artificial (IA) usadas na compreensão e geração de diálogos em texto) e com parcerias que estão levando soluções para o mundo real e novas maneiras de detectar doenças.
No campo do LLM, o Google apresentou em 2022 o aplicativo Med-PaLM, versão do PaLM ajustada para a área médica e, segundo o Google, o primeiro a obter uma “pontuação de aprovação” maior que 60% em questões de licenciamento médico nos Estados Unidos, apresentando inclusive justificativas. Recentemente, o Med-PaLM 2 apresentou desempenho consistente para nível de “especialista” em questões de exames médicos, com a pontuação de 85%.
Já na área das parcerias, o Google divulgou uma associação com a Jacaranda Health, organização sem fins lucrativos com sede no Quênia com foco em melhorar os resultados de saúde para mães e bebês em hospitais do governo por meio de soluções digitais. Na África Subsaariana, a mortalidade materna é alta e há escassez de profissionais treinados para operar máquinas de ultrassom muito usadas para avaliar o andamento da gestação. Por meio dessa parceria, serão realizadas pesquisas exploratórias para aplicar ferramentas de IA para apoiar exames de ultrassom de mulheres grávidas feitos nos locais de atendimento.
Outra parceria foi feita com o Chang Gung Memorial Hospital (CGMH) em Taiwan também em torno do uso de ultrassom, mas dessa vez para detecção de câncer de mama. Além da mamografia, que pode ser menos eficaz para certas populações, como as com maior densidade mamária, é sempre recomendável realizar exames de ultrassom para detectar evidências precoces de câncer. A parceria também explora modelos de IA nessa empreitada usando o ultrassom.
A terceira iniciativa está relacionada com o trabalho realizado com a Mayo Clinic há três anos. Nesse caso, a IA está apoiando o demorado processo de planejamento de radioterapia. Uma etapa intensiva nesse processo é a técnica chamada “contorno”, na qual os médicos desenham linhas nas tomografias para separar as áreas de câncer dos tecidos saudáveis próximos que podem ser danificados pela radiação. Esse processo pode levar até 7 horas para um único paciente. Em breve, serão publicados os resultados do estudo e o modelo de radioterapia desenvolvido. Mais pesquisas serão realizadas sob essa parceria.
O Google também está trabalhando com parceiros para estudar nos ambientes de atendimento os resultados da pesquisa sobre triagem de raio-x de tórax com suspeita de tuberculose usando IA. Segundo a OMS, tuberculose é a nona principal causa de morte no mundo, sendo que mais de 25% dos óbitos por tuberculose ocorrem na África. Embora seja tratável, a tuberculose exige soluções econômicas de triagem para detecção precoce da doença e redução da disseminação nas comunidades.
Uma parceria com uma organização liderada pela Right to Care, entidade sem fins lucrativos com ampla experiência no tratamento de tuberculose na África, tornará os exames que usam IA amplamente disponíveis em toda a África Subsaariana.
O Google quer que organizações de saúde usem seu software e servidores para ler, armazenar e rotular raios-X, resultados de ressonâncias magnéticas e outras imagens médicas. Com recursos do Medical Imaging Suite, anunciados em outubro de 2022, os profissionais de saúde também poderão ter acesso a imagens de saúde de forma mais acessível, interoperável e útil, podendo inclusive fazer anotações nas imagens e criar modelos de aprendizado de máquina para pesquisa.
“O Google foi pioneiro no uso da IA e da visão computacional com o Google Fotos, Google Image Search e Google Lens. Agora estamos liberando nosso conhecimento, nossas ferramentas e nossas tecnologias de imagem para empresas de saúde e ciências biológicas”, afirma Alissa Hsu Lynch, líder global do Google Cloud para estratégias e soluções de tecnologia de saúde.
O Google afirma não ter acesso aos dados de saúde protegidos, dizendo que trabalha conforme a Lei de Portabilidade e Responsabilidade de Seguros de Saúde (HIPAA), lei federal dos Estados Unidos que regula o uso de informações de pacientes.
“Com os avanços tecnológicos, o tamanho e a complexidade das imagens médicas têm crescido. Sabemos que a IA pode permitir diagnósticos mais rápidos e precisos e assim ajudar a melhorar a produtividade dos profissionais de saúde”, afirma Lynch em entrevista a Forbes.
Google Cloud e AWS estão disputando uma corrida para ganhar a liderança no setor de imagens médicas com soluções de nuvem. Imagens, que abrangem exames como raios-X, ressonância magnética, ultrassonografia, tomografia computadorizada e endoscopia, são uma importante ferramenta de diagnóstico que tanto facilita o diagnóstico quanto permite acompanhar os resultados de tratamentos.
Enquanto o Google anunciou seu pacote Medical Imaging Suite para tornar as imagens de saúde mais organizadas, acessíveis e interoperáveis na nuvem, a AWS tem seu Amazon HealthLake Imaging, que armazena grandes volumes de imagens médicas, e o Amazon HealthLake Analytics, voltada a análise de dados, ambos como recursos do Amazon HealthLake, plataforma de nuvem de dados de saúde lançado no final de 2020.
A impressão até agora é que o foco do Google Cloud está em pontos específicos e também em reduzir a carga de trabalho dos profissionais de saúde, enquanto a AWS parece estar adotando uma abordagem mais abrangente, olhando para recuperação e análise de imagens médicas como um impulsionador da adoção de serviços de nuvem.
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