Empresa oferece sistemas de computação quântica para data centers

Quantum datacenter
Sheila Zabeu -

Outubro 13, 2023

A IonQ, empresa que atua na área de computação quântica, anunciou recentemente dois novos sistemas montados em racks voltados para infraestruturas já existentes, como data centers, que desejam integrar recursos quânticos em suas instalações.

Segundo a empresa, com as soluções IonQ Forte Enterprise e IonQ Tempo, os data centers serão capazes de explorar o potencial quântico de forma mais fácil e acessível, integrando suas funcionalidades aos principais fluxos de trabalho e processos de negócios.

O IonQ Forte Enterprise é indicado para problemas computacionais complexos, como otimização de processos, aprendizado de máquina quântica, análise de correlação e reconhecimento de padrões, e seu nível de desempenho é de #AQ 35. Com o anúncio atual, a IonQ oferece esse poder computacional em um formato compacto que pode ser facilmente implantado em infraestruturas existentes de data centers.

Já o IonQ Tempo é voltado para casos de uso ainda mais exigentes, oferecendo um sistema de #AQ 64. Segundo a empresa, pode exceder em muito o que é simulado com computadores e GPUs clássicos e fornecer um espaço computacional 536 milhões de vezes maior até mesmo do que o IonQ Forte Enterprise.

Sistemas #AQ 35 são capazes de considerar mais de 34 bilhões de possibilidades diferentes simultaneamente, e sistemas #AQ 64 podem considerar mais de 18 quintilhões de possibilidades diferentes ao mesmo tempo.

“Os recursos quânticos atuais são, em geral, limitados pela acessibilidade do sistema e pela imprecisão em escala. Com as soluções Forte Enterprise e Tempo, a IonQ está sinalizando aos nossos parceiros que a tecnologia quântica pode trabalhar de mãos dadas com o hardware existente nos data centers e garantir vantagens comerciais dentro de um prazo de dois anos. Estamos nos aproximando rapidamente do ponto em que os computadores quânticos serão padrão como ferramenta para resolver os problemas mais desafiadores do mundo”, afirma Peter Chapman, CEO e presidente da IonQ.

Recentemente, a empresa IonQ anunciou contratos para vender futuros sistemas à QuantumBasel, sediada na Suíça, com o objetivo de estabelecer um data center quântico europeu, com dois sistemas, um com capacidade #AQ 35 e outro com capacidade #AQ 64. Com esse ambiente, IonQ e QuantumBasel pretendem criar novas aplicações em áreas como logística, finanças, farmacêutica, química e Inteligência Artificial (IA).

Além disso, anunciou projetos de pesquisa e resultados com vários parceiros em nível mundial, entre eles o desenvolvimento dos primeiros modelos de cognição do mundo executados em hardware quântico, que podem abrir métodos aprimorados de tomada de decisão que imitam o pensamento humano.

Junto com o Fidelity Center for Applied Technology (FCAT), a IonQ também estabeleceu as bases para a resolução de simulações de Monte Carlo, que utilizam aleatoriedade para simular resultados de problemas complexos. As instituições financeiras utilizam algoritmos de Monte Carlo, por exemplo, para compreender a relação entre um resultado e múltiplas variáveis em sistemas complexos, mas a sua precisão é frequentemente limitada pelo tempo necessário para executar o mesmo algoritmo repetidamente com diferentes valores das variáveis.

No início do ano, a IonQ também adquiriu ativos operacionais da Entangled Networks, empresa com sede em Toronto com foco na computação em processadores quânticos distribuídos. A iniciativa é um importante passo para que futuros computadores quânticos sejam construídos a partir de vários processadores e também conectados em rede. Mas, diferentemente das redes clássicas, os computadores quânticos permitem o emaranhamento entre núcleos para formar um único computador quântico maior.

O que é #AQ?

Em geral, ouve-se que o poder de um determinado computador quântico tem a ver com o número de qubits físicos, mas a IonQ defende que o número de “qubits úteis” ou qubits algorítmicos é a métrica mais adequada. Em seu blog, Peter Chapman, presidente e CEO da IonQ, faz uma comparação: “quem compraria hoje um computador com base no número de transistores?”.

#AQ (Algorithmic Qubits) é um modelo de benchmarking proposto pela IonQ baseado em aplicações que leva em conta o desempenho dos computadores executando seis algoritmos quânticos que usam casos de uso mais promissores no curto prazo: otimização, simulação quântica e aprendizado de máquina quântico.

Ao contrário dos sistemas de benchmarking usados com computadores clássicos que usam a velocidade como referência, o #AQ busca determinar o tamanho de um programa (circuito) que poderia ser executado em um computador quântico, ou seja, sua utilidade.

Os casos de uso adotados pelo #AQ são aplicáveis a setores de atividade, como financeiro, farmacêutico, materiais químicos, energia e logística. As informações do benchmarking #AQ são resumidas em um único gráfico, com dados sobre o desempenho de um determinado sistema em uma classe específica de algoritmos.