Efeitos da pandemia devem impactar a IoT em 2021

Sheila Zabeu -

Março 16, 2021

Quais tendências deverão impulsionar o crescimento da Internet da Coisas em 2021? A maior dependência tecnológica, tanto para fins profissionais quanto pessoais no período de confinamento imposto pela pandemia da COVID-19, certamente terá reflexos no futuro próximo da IoT (Internet of Things).

Segundo previsões da Forrester, muitas iniciativas de IoT se concentrarão nas áreas de saúde  e segurança. Em 2020, pessoas deixaram de buscar assistência médica para doenças crônicas com receio da contaminação pelo coronavírus. Em 2021, devem surgir soluções de IoT, como sensores e dispositivos clínicos que vão monitorar a saúde dos pacientes em casa.

Também por conta da pandemia, muitas empresas adotaram o home office em 2020. A Forrester prevê que, pelo menos, 80% das companhias vão desenvolver estratégias para retornar aos espaços de trabalho, incluindo aplicações IoT para facilitar o distanciamento social. Sistemas de localização devem ser aplicados para proporcionar segurança e conveniência para funcionários em ambientes de uso comum. Tecnologias semelhantes poderão ser adotadas por empresas que lidam com público – clientes e consumidores – para oferecer sistemas de filas virtuais, retiradas de encomendas e reservas em restaurantes.

Outras empresas passaram a conectar ativos antes desconectados e realizar parte das operações remotamente em 2020. Compreenderam que essa abordagem pode ajudar a prevenir falhas em equipamentos de forma proativa, por exemplo, e alertar técnicos de campo para fazer manutenção, caso seja necessário. Em 2021, mais companhias devem acompanhar essa tendência.

Em termos de conectividade, a Forrester espera que a implementação das tecnologias 5G e Wi-Fi diminua em relação aos níveis de 2020, devido ao caos do mercado, com inúmeras de soluções sem fio. Para longa distância, satélites de baixa órbita terrestre podem ser uma opção complementar. A expectativa é de que o interesse por satélites e outras tecnologias de rede de baixa potência cresça 20% em 2021.

Crescimento em números

Os investimentos em iniciativas de Internet das Coisas (IoT) cresceram nos últimos anos – e 2020 não foi exceção, mesmo com a pandemia. Segundo números do Gartner apresentados em infográficos pela Raconteur, 82% dos executivos afirmaram ter aumentado as cifras investidas em soluções de IoT ao longo dos últimos três anos. Além disso, 47% disseram que seguirão elevando os valores, sendo que o aumento será de mais de 50% para a parcela de 19% dos executivos. 

Um estudo da Microsoft também constatou que a pandemia acelerou a trajetória da IoT – um em cada três tomadores de decisão afirmou que suas organizações elevarão os investimentos em IoT devido à COVID-19, enquanto outros 41% citaram que vão manter o mesmo nível de comprometimento.

Esse interesse pelas tecnologias de IoT vai movimentar um mercado que deve totalizar US$ 2,4 trilhões em 2027. A combinação de IoT com Inteligência Artificial (IA), conhecida por AIoT, também promete aquecer o segmento – mais de 80% dos projetos de IoT das empresas incluirão um componente de IA até 2022, de acordo com previsão do Gartner.

No Brasil, em particular, uma lei sancionada em dezembro de 2020 dará incentivos fiscais à IoT. Pela nova regra, alguns tributos incidentes sobre as estações de telecomunicações que integram sistemas de comunicação máquina a máquina ficam zerados. A lei também dispôs sobre regras para licenciamento desses equipamentos junto à Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel).

A lei entrou em vigor em janeiro de 2021 e tem validade de cinco anos. Para o Ministério da Comunicações, a expectativa é que a medida torne as tecnologias IoT mais baratas, traga investimentos para o Brasil e gere mais de 10 milhões de empregos nos próximos anos.