Demanda de profissionais de data center estará aquecida até 2025

Sheila Zabeu -

Março 16, 2021

Um estudo do Uptime Institute revela o panorama mundial da demanda por profissionais de data center por região, tipo de ambiente e formação. Publicada em janeiro de 2021, a pesquisa pode ajudar a responder algumas perguntas. Por exemplo, os data centers correm o risco de não encontrar os profissionais de que precisam? Ou esses profissionais sabem exatamente em que área de especialização investir? Os resultados mostram que a necessidade de contratação nesse setor deve crescer continuamente, atingindo 2,3 milhões de funções de tempo integral ou equivalentes (semana de 40 horas de trabalho) em 2025. Outra pergunta que surge, então, é: será que esse crescimento vai necessariamente gerar uma crise de mão de obra?

Novos data centers e infraestruturas de rede estão surgindo à medida que mais empresas terceirizam atividades de TI e contratam serviços de nuvem e de hospedagem, além de outras cargas de trabalho. Segundo a pesquisa, boa parte dos proprietários ou operadores de data centers em nível mundial está enfrentando dificuldade para encontrar pessoal qualificado para as vagas abertas (essa parcela atingiu 50% em 2020; era 38% em 2018). É possível que mais tecnologias sejam desenvolvidas para operar e administrar automaticamente essas instalações, mas seus efeitos devem ser limitados, pelo menos até 2025, diz o estudo.

Diante desse cenário, qualificar e quantificar a demanda de mão de obra especializada vai ajudar tanto profissionais que estão em busca de colocação ou avançar na carreira quanto operadoras de data center ou mesmo instituições de ensino a investir nas frentes adequadas de forma a suprir tal demanda.

Algumas descobertas do estudo por região geográfica são:

  • Nos Estados Unidos e na Europa Ocidental, há preocupação com uma onda de aposentadorias esperada para a próxima década.
  • A maior demanda será na região Ásia-Pacífico, impulsionada pelo crescimento esperado da capacidade dos datas centers na China, partes do sudeste asiático, da Austrália e outros lugares.
  • A demanda na América do Norte, Europa, Oriente Médio e África deverá estar no mesmo patamar, com previsão de crescimento digno de menção.
  • Na América Latina, o crescimento deverá ser impulsionado por vários mercados entre eles Brasil, Chile, Colômbia e México.

As revelações sobre demanda por tipo de data center são:

  • O crescimento da demanda virá principalmente de data centers com operações em nuvem e colocation. Os data centers de nuvem exigirão a maior parte dos profissionais, por uma margem significativa.
  • Espera-se que os data centers corporativos continuem a empregar muitos especialistas, embora devem ser ultrapassados pelos data centers de nuvem após 2025.

Em termos de requisitos de formação dos profissionais, o estudo identificou que:

  • A estimativa de crescimento da demanda por profissionais de data center cobre mais de 230 cargos de especialista para diferentes tipos e tamanhos de data centers, em todo o ciclo de vida do data center, desde o projeto e a construção até a operação, mas excluiu o descomissionamento do ambiente.
  • Os requisitos de formação podem variar consideravelmente, mesmo para a mesma função, entre diferentes organizações e diferentes regiões. No entanto, estamos começando a ver exigências menos rígidas em algumas localidades – experiência relevante, estágios ou treinamento no trabalho podem compensar a falta da qualificação formal em muitos cargos.
  • A maior parte da demanda será para manter a continuidades das operações do data center. Esses profissionais precisam estar perto das instalações, algumas vezes em áreas onde há atualmente poucos funcionários qualificados.
  • Uma parcela menor da demanda será para design e construção de instalações novas ou adaptadas.
  • Também há preocupação com a disponibilidade de profissionais treinados para controle e monitoramento, visto que há uma intenção generalizada de automatizar e operar mais funções remotamente.
  • Globalmente, as grandes empresas estão investindo em mais treinamento e iniciativas de formação, não apenas por meio de programas internos, mas também em conjunto com universidades e escolas técnicas.

Dados detalhes do estudo da Uptime Institute podem ser encontrados aqui.