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Home > Monitoramento de TI > Datacenters > Data centers no caminho da sustentabilidade
Fevereiro 15, 2023
Relatório recente do Data Center Knowledge descreve o caminho que os data centers vêm percorrendo na direção da sustentabilidade, os impactos de novas legislações e tecnologias que podem ajudar a implementar práticas mais verdes.
O estudo começa ressaltando que os data centers respondem atualmente por cerca 1% do consumo de energia do planeta e é também um grande consumidor de água para uso na refrigeração, sem falar do lixo eletrônico gerado. Os efeitos negativos dessas instalações na sustentabilidade preocupam cada vez mais residentes próximos das instalações, ONGs e órgãos reguladores. Por isso, medidas reparadoras e preventivas precisam ser tomadas agora e no futuro.
Por outro lado, o estudo também destaca que, ao tomar essas medidas para tornar os data centers mais sustentáveis, pode-se ganhar um bônus adicional para os negócios: economia de dinheiro. Em resumo, há muito o que fazer, mas também há muito o que lucrar.
Infelizmente, ainda existem poucos padrões reconhecidos universalmente para medições de sustentabilidade dos data centers. Um pouco já se caminhou nos últimos anos nesse campo.
Para Andrew Fanara, consultor especializado em sustentabilidade que passou boa parte da carreira Agência de Proteção Ambiental nos Estados Unidos e liderou o desenvolvimento de programas Energy Star e de centenas de especificações de produtos para uso de energia e água, era pouco provável que o governo norte-americano tomasse a iniciativa de regulamentar a eficiência dos data centers, então a resposta se originou na própria indústria.
A pontuação Energy Star para data centers foi introduzida em 2018, em coordenação com associações como Uptime Institute, Green Grid, 7×24 Exchange e AFCOM, e se baseou na métrica PUE já bem compreendida pelo setor. Mais recentemente, durante a conferência Data Center World 2022, foi anunciada oficialmente uma nova certificação de avaliação de sustentabilidade dos data centers. O Data Center Efficiency Evolution Program (DEEP) vai além do consumo de energia, abordando outros aspectos, como uso da água e reciclagem do lixo eletrônico, e usando 70 parâmetros para avaliar data centers em quesitos como gestão de fluxo de ar, sistemas elétricos, sistemas mecânicos e processos.
Pensar de forma mais sustentável não significa deixar de lucrar. Fanara se descreve como pragmáticos e afirma que os negócios podem ser beneficiados ao consumir menos energia e água. “Não acredito que proteção ambiental e crescimento da economia sejam mutuamente exclusivos. Acho que podem funcionar em harmonia. Sou muito interessado em programas que se baseiam no mercado, com um poder inacreditável e capacidade para fazer muito para promover a proteção ambiental”, comenta Fanara.
Por exemplo, vários componentes da Lei de Redução da Inflação (IRA), promulgada recentemente nos Estados Unidos, podem contribuir para melhorar os níveis de sustentabilidade dos data centers e também a economizar dinheiro direta e indiretamente por meio de créditos tributários.
Operadores de data centers nos Estados Unidos que reduzirem e capturarem emissões de carbono poderão receber créditos fiscais em dinheiro para investir nos equipamentos necessários. Outro benefício da IRA são incentivos fiscais para projetos de energia renovável, que podem resultar em custos de energia mais baixos, e também para projetos de baterias. Outro caminho que pode ser benéfico é implantar projetos com instalações próprias de energia renovável, como solar ou eólica, para alimentar os data centers.
O relatório do Data Center Knowledge coloca o hidrogênio no caminho da sustentabilidade dos data centers. No entanto, ainda que seja o elemento mais comum no universo, ser altamente combustível e parecer ser a fonte de energia verde ideal, o hidrogênio tem seus desafios quando se trata de usá-lo para suprir demandas energéticas em geral, entre elas as de data centers.
A combinação da tecnologia de células de combustível e hidrogênio parece ser o modelo ideal para a geração de eletricidade verde com produção mínima de gases de efeito estufa, conforme explica o estudo. Além disso, outros avanços nesse campo estão aproximando o hidrogênio dos data centers como fonte de energia muito mais limpa para não apenas alimentar sistemas de backup, mas também potencialmente substituir combustíveis fósseis para alimentar os data centers como um todo no futuro.
Data centers modulares são um setor em crescimento. Esse mercado mundial foi avaliado em US$ 21,3 bilhões em 2021 e deve atingir US$ 52,4 bilhões até 2027, de acordo com Research and Markets. Essas soluções abrangem desde pequenos data centers com apenas alguns racks em um contêiner até edifícios com vários andares com racks refrigerados por líquido.
De acordo com uma pesquisa da Omdia realizada no primeiro trimestre de 2022, os investimentos em data centers modulares devem crescer, visto que 99% dos entrevistados afirmaram que a solução modular fará parte de suas futuras estratégias e que quase metade espera ter até um quarto das cargas de TI hospedadas fisicamente em data centers modulares ou conteinerizados em 2023.
“Data centers modulares deixaram de ser uma abordagem de nicho, apenas aplicável em situações limitadas, e se tornaram mais comuns entre construtores de data centers. Há uma grande demanda para ampliar a capacidade dos data centers em um ritmo sem precedentes, o que impulsiona a tendência de investir em soluções modulares de energia e refrigeração.
A pesquisa também revelou que data centers modulares facilitam a expansão e reformulações. A parcela de 43% dos entrevistados afirmaram serem mais adequados para expansão de instalações já existentes, e 39% disseram serem adequados para atualizações ou retrofits.
Em termos de sustentabilidade, os data centers modulares também dão sua contribuição primeiramente por não exigirem a construção de edifícios e, assim, reduzirem as emissões. Além disso, permitem explorar fontes energéticas mais eficientes. “Ao construir um data center em um espaço pré-fabricado, pode-se empregar uma melhor gestão de corredores de ar quente/frio para aumentar a eficiência dos sistemas HVAC, diminuindo os custos operacionais”, explica Ed Spears, gerente de marketing técnico da Eaton.
Além disso, data centers modulares podem ajudar na transição para outras fontes alternativas de energia. Por exemplo, algumas autoridades locais costumam impor certos requisitos sobre como baterias de lítio são instaladas, protegidas ou monitoradas. Então, data centers modulares permitem empacotá-las em um invólucro específico em vez de ter de fazer um retrofit ou providenciar uma instalação maior para cumprir tais requisitos.
Enfim, para ter data centers verdadeiramente sustentáveis, é precisa contar com métricas precisas que ajudem a avaliar a pegada ambiental desses ambientes, que é multifatorial, e os métodos e tecnologias empregados para reduzi-la. Esse é um processo contínuo que deve começar hoje e não ter dia para terminar.
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