Consórcio atualiza protocolo para gestão de ativos de iluminação

Postes inteligentes
Sheila Zabeu -

Maio 16, 2023

O Consórcio TALQ, responsável pelo desenvolvimento do Smart City Protocol, interface OpenAPI para redes de dispositivos de cidades inteligentes, divulgou uma nova versão de seu protocolo. A versão 2.5.0 traz um perfil aperfeiçoado para gestão dos ativos de iluminação que visa atender a uma demanda das cidades.

Gerentes de iluminação pública em várias partes do mundo expressavam há algum tempo a necessidade de rastrear e gerenciar ativos de iluminação com mais eficiência. Foi então que membros do Consórcio TALQ decidiram trabalhar de forma colaborativa para definir um novo perfil. O novo Lighting Asset Management inclui agora uma nova entidade, a TALQ Type, criada para gerenciar dados comuns a muitos dispositivos e também funções que permitem gerenciar dados específicos de um determinado dispositivo. A TALQ Type e as funções vão ajudar a modelar ativos de iluminação pública das cidades.

Segundo o consórcio, ao investir em aplicativos para cidades inteligentes certificados pela TALQ, as cidades não precisam ficar presas a um único fornecedor, podendo confiar na interoperabilidade dos dados para monitorar dispositivos em ecossistemas heterogêneos.

“Embora o objetivo principal do padrão TALQ permaneça o mesmo, estamos fornecendo soluções inovadoras para atender às demandas do mercado de cidades inteligentes e estamos ansiosos para ver o novo perfil Lighting Asset Management em ação.” afirma Simon Dunkley, secretário-geral do Consórcio TALQ.

A versão 2.5.0 do padrão Smart City Protocol (modelo de dados e definições de API) está disponível gratuitamente no GitHub.

O Consórcio TALQ foi fundado em 2012 para estabelecer um padrão para interfaces de gestão de cidades inteligentes. O protocolo TALQ Smart City é uma especificação para troca de dados voltada a garantir a interoperabilidade entre o software central de gestão e redes de dispositivos externos de diferentes fornecedores. Assim, um único sistema poderá controlar diferentes redes de dispositivos externos em diversas localidades da cidade. O consórcio é atualmente composto por mais de 50 membros.

Mais que iluminação

Quando pensamos em iluminação pública, um dos primeiros elementos que nos vêm à cabeça são os postes. E são eles que estão entrando em cena quando também pensamos em cidades inteligentes. Os chamados smart poles se tornarão uma estrutura essencial para infraestrutura urbana, atingindo uma base instalada de 10,8 milhões até 2030, segundo pesquisa da ABI Research.

Postes inteligentes são pontos de agregação multifuncionais para infraestrutura urbana inteligente, construídos sobre postes de iluminação e outros pontos de serviços públicos conectados. “A relevância dos postes inteligentes para cidades inteligentes é enorme. Oferecem uma estrutura eficiente, ampliável e modular para implantação de todo o espectro da infraestrutura urbana inteligente”, afirma Dominique Bonte, vice-presidente de verticais da ABI Research.

Esses postes podem ter estruturas que variam desde pequenas células 5G e pontos de acesso Wi-Fi a câmeras de vigilância e tráfego, sinalização e painéis de exibição de informações, soluções de monitoramento de qualidade do ar e inundações e pontos de carga de veículos.

“No entanto, o principal impulsionador das implantações de postes inteligentes é a densificação das redes celulares na forma de pequenas células 5G e futuramente 6G e o uso do espectro de rádio mmWave. Por isso, espera-se que o ecossistema de telecomunicações financie, pelo menos parcialmente, essa funcionalidade das cidades inteligentes incorporada em postes inteligentes”, destaca Dominique Bonte.

Segundo a empresa de pesquisas, barreiras típicas que retardam a adoção de postes inteligentes têm a ver com questões relacionadas à copropriedade e ao gerenciamento (design, manutenção, compartilhamento de custos de backhaul), a prioridades e agendas conflitantes, preocupações com privacidade dos dados dos sensores e a falta de conscientização dos governos municipais sobre os vários benefícios oferecidos pelos postes inteligentes em termos de economia de custos, tempo de implantação e modularidade.

Os principais fornecedores no ecossistema de postes inteligentes são Ubicquia, Verizon, Huawei, Signify, Nokia/LuxTurrim5G e ELKO EP, ao lado de vários outros fornecedores de iluminação pública inteligente. Entre as principais iniciativas, estão o projeto Humble Lamppost da União Europeia e implantações do governo metropolitano de Seul, Los Angeles, Munique e Leuven. Além disso, cidades na China (Shenzhen, Hangzhou) e na Índia (Bhopal, Nova Delhi e Indore) já implementaram projetos de polos inteligentes.

A expectativa é que as implantações de postes ganhem impulso apenas no final desta década, diz a pesquisadora.