Cinco atributos definem uma plataforma DCIM mais inteligente

Cristina De Luca -

Junho 30, 2022

Nos primórdios, tudo era centralizado. Essa era a realidade dos datacenters há algumas décadas, mas agora o cenário é outro. A mudança começou a acontecer quando surgiram a computação em nuvem e os provedores de serviços de colocation, que alugam as instalações e a infraestrutura de energia, rede, refrigeração, largura de banda e segurança física para terceiros. Já os clientes distribuem seus ativos físicos e virtuais de TI próprios e alugados por diversas localidades.

E tudo indica que não sinal de desaceleração no setor dos datacenters. Um relatório da Fortune Business Insights indica que a demanda global por tecnologias combinadas mais eficientes com as vantagens econômicas de aplicações de conectividade têm contribuído para o crescimento exponencial na escala e no poder dos data centers. Como aponta o relatório, o mercado global de infraestruturas de datacenter deve atingir US$ 142,31 bilhões até 2027.

Gerenciar e garantir a manutenção desse cenário sofisticado dos datacenters, para não dizer quase caótico, é  desafiador. Administrar infraestruturas distribuídas e, ao mesmo tempo, garantir suporte a mais usuários globalmente, em um cenário em que há escassez de mão de obra especializada e é premente ter alta disponibilidade e eficiência energética, é uma tarefa quase hercúlea.

E esses obstáculos se apresentam tanto para instalações maiores de colocation quanto para datacenters corporativos. Todos sofrem as dores do crescimento com o avanço das soluções digitais.

Por isso, as ferramentas de administração de datacenters se viram obrigadas a evoluir, ganhando mais inteligência e dinamismo para apresentar informações sobre localização de equipamentos, pontos de conectividade e consumo de energia, por exemplo, que possam dar às organizações insights para que seja possível identificar áreas de melhoria das operações. Mais recentementes, surgiram novos desafios, como fazer pequenas implementações com mais agilidade, mesmo na presenção de limitações de equipes, ou mesmo cumprir metas de sustentabilidade e se defender contra contra ciberameaças.

Um artigo recente patrocinado pela Schneider Electric descreve cinco atributos que uma solução moderna de Gestão de Infraestrutura de Datacenters (DCIM) deve ter para garantir um trabalho eficaz de administração desses ambientes. Deve, por exemplo, simplificar a implantação independentemente do número de ativos e localidades, otimizar as operações e a manutenção por meio de análises e serviços digitais e fornecer dados e ferramentas para assegurar a integração com aplicações e serviços de gerenciamento existentes. A imagem abaixo mostra uma solução avançada desse tipo baseada na nuvem e  otimizada para ambientes híbridos.

Uma plataforma DCIM moderna pode ser definida por cinco atributos principais que a diferencia de soluções tradicionais projetadas para um único ou pequeno número de datacenters:

1. Usar tecnologias de nuvem para facilitar a implementação, a expansão, a análise e a manutenção. Ao hospedar o servidor DCIM na nuvem, a implantação será mais simples e rápida, eliminando a necessidade de adquirir um novo servidor para cada site. Em outras palavras, sistemas DCIM de última geração são instalados como uma simples aplicação de gateway em um servidor existente (físico ou virtual). E, como cada site exigiria um servidor DCIM separado usando soluções tradicionais, essa economia de tempo pode ser significativa quando há dezenas ou centenas de pequenos sites remotos. Isso também torna os sistemas DCIM avançados altamente escaláveis, podendo lidar com um número ilimitado de equipamentos monitorados em qualquer número de sites.

2. Conectar-se a um data lake para apresentar insights e prever eventos usando Inteligência Artificial (IA). Soluções DCIM na nuvem também permitem explorar data lakes ou repositórios seguros de dados anonimizados de dispositivos. Análises de big data e aprendizado de máquina podem ser desenvolvidos e treinados com esses dados para gerar insights e fazer previsões que melhorem a confiabilidade e eficiência e/ou reduzam despesas operacionais. Previsão de falhas de baterias e otimização em tempo real dos sistemas de refrigeração são dois exemplos de análise de big data e inteligência artificial aplicados a infraestruturas físicas de datacenters.

3. Usar tecnologias móveis e Web e se integrar com plataformas de terceiros. Usuários finais, parceiros e fornecedores confiáveis podem acessar os mesmos dados ao mesmo tempo a partir de qualquer navegador ou dispositivo móvel. Isso dá visibilidade em tempo real a todos os ativos e sites e reduz a necessidade de ter equipes de gerenciamento em todos os sites. Por exemplo, é possível ajudar remotamente pessoal não treinado a solucionar problemas.

4. Priorizar a simplicidade e experiências intuitivas para os usuários.

5. Servir como ferramenta de conformidade de segurança para identificar e eliminar potenciais ameaças cibernéticas. Sistemas modernos de DCIM também atuam como ferramentas de segurança para garantir um ambiente resiliente. Simplificam esse tarefa, automatizando a detecção e a geração de vulnerabilidades. Algumas soluções fazem isso usando uma ferramenta de avaliação de ameaças e notificam se a configuração de algum dispositivo colocá-lo em risco. Equipamentos com firmware desatualizado também são identificados.

Em resumo, as soluções de DCIM evoluíram e se tornaram mais inteligentes com tecnologias baseadas em dados e uso de IA. Com isso, estão facilitando a vida dos operadores de data centers e aprimorando as operações desses ambientes.