Chipsets LoRa já predominam em LPWAN

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Sheila Zabeu -

Outubro 02, 2023

Remessas de chipsets LoRa (Long Range) usados em redes LoRaWAN superaram as de outros tipos de chips, como NB-IoT e LTE-M, segundo a LoRa Alliance, associação de empresas apoiadoras do padrão aberto LoRaWAN para redes de cobertura ampla e baixo consumo de energia (LPWANs) voltadas para Internet das Coisas (IoT). O grupo afirma que “LoRaWAN já é a tecnologia líder de redes LPWAN para aplicações de Internet das Coisas (IoT)”.

As declarações da LoRa Alliance se baseiam em relatório da empresa de pesquisa Beecham Research especializada no mercado de IoT, que destaca que a especificação LPWAN é atualmente vista como a principal tecnologia para aplicações de IoT de grande volume (IoT massiva), que representarão mais de 80% das aplicações de IoT até 2026, segundo o estudo. Isso abrange sensores e muitos outros tipos de uso com baixa transferência de dados.

LPWAN Chipset Shipments

Na China, especificamente, o governo tem adotado NB-IoT como padrão para aplicações de IoT massiva no país. Em todos os outros lugares, há uma mistura de LTE-M e NB-IoT oferecida pelas operadoras de redes móveis (MNOs, na sigla em ingês). Por esse motivo, o estudo observa que as remessas de chipsets previstas para essas três tecnologias no período 2022-27, excluindo a China, dão uma imagem mais clara do que realmente está acontecendo no resto do mundo.

Pode-se notar que as remessas de chipsets LPWAN devem crescer fortemente a quase 20% ao ano até 2027. Além disso, fica claro que LoRaWAN já é a tecnologia LPWAN líder para aplicações de IoT por alguma margem.

O estudo também observa que os usuários finais estão colaborando com especialistas em IoT para implantar soluções com mais eficiência e maximizar o retorno sobre investimentos (ROI, na sigla em inglês). “É alta a influência de fornecedores de soluções especializadas e integradores de sistemas nos processos de compra. Eles já possuem sólidos relacionamentos em seus setores e são frequentemente tratados como referências técnicas para fornecer detalhes sobre os elementos das soluções de IoT, inclusive conectividade”, destaca o relatório.

“Escolher a tecnologia de conectividade adequada para cada caso de uso é a decisão mais importante a ser tomada. Há quem não conte com competência interna para comparar as opções tecnológicas; já os provedores de soluções podem ajudar a encontrar a tecnologia certa”, explica Donna Moore, presidente e CEO da LoRa Alliance.

A executiva explica que provedores de soluções analisam casos de uso, oferecem orientação sobre as tecnologias disponíveis no mercado e permitem que gerentes de projetos tenham uma visão completa do processo de implantação das soluções de IoT. Já os integradores de sistemas dão vida às ideias, integrando dados de sensores de IoT em uma plataforma que os consolida. “Identificamos que, cada vez mais, o apoio aos usuários finais e a força do ecossistema LoRaWAN estão unidos para que o padrão LoRaWAN se mantenha como líder no mercado”, acrescenta a Donna Moore.

Histórico do LoRaWAN

A história do LoRa (Long Range), tecnologia de modulação de rádio que trata apenas da camada física da pilha, começou em 2009, quando dois amigos franceses se propuseram o desafio de desenvolver uma tecnologia de modulação de longo alcance e baixo consumo de energia. Com um terceiro amigo, fundaram em 2010 a empresa Cycleo. Acreditando no potencial da tecnologia, a Semtech adquiriu a Cycleo em maio de 2012 e se tornou proprietária da tecnologia LoRa.

Posteriormente, a especificação LoRaWAN, protocolo de comunicação e arquitetura de sistema que lida com a camada de links, foi apresentada ao mercado em fevereiro de 2015, quando a LoRa Alliance foi formada. O padrão foi desenvolvido para atender ao segmento de serviços públicos, oferecendo a capacidade de penetrar em materiais como concreto e aço e viabilizar a conectividade subterrânea com baixo consumo de energia. É de código aberto e gerenciado pela LoRa Alliance.

As redes LoRaWAN operam em bandas não licenciadas na frequência sub-Giga Hertz. Isso significa que não é necessária uma licença para transmitir dados. A frequência sub-Giga varia de país para país, conforme listado aqui. Já o padrão NB-IoT opera sob a cobertura das redes móveis.

Pode-se dizer que as redes LoRaWAN preenchem a lacuna tecnológica entre as redes celulares e Wi-Fi/BLE que exigem grande largura de banda ou alta potência, ou apresentam alcance limitado, ou incapacidade de penetrar em ambientes fechados profundos. É flexível para casos de uso rurais ou ambientes internos em cidades e edifícios, medidores e cadeia de suprimentos e logística.