AMD e Intel anunciam novos processadores para data centers

Sheila Zabeu -

Novembro 16, 2022

Duas das maiores fabricantes de processadores do mundo, AMD e Intel, anunciaram recentemente suas inovações voltadas para o universo dos data centers. De um lado, a AMD anunciou a disponibilidade geral dos processadores EPYC de 4ª geração, de codinome Genoa, com alto desempenho para cargas de trabalho críticas no ambiente de datas centers. De outro lado, a Intel anunciou a Intel Data Center GPU Max Series, de codinome Ponte Vecchio. Trata-se do processador de maior densidade da empresa, com mais de 100 bilhões de transistores em um pacote de 47 blocos e até 128 gigabytes (GB) de memória com alta largura de banda.

Os processadores EPYC de 4ª geração são construídos usando o núcleo Zen 4 de mais alto desempenho da AMD e prometem apresentar elevados níveis de eficiência a operadores de data centers que veem à sua frente desafios relacionados com o aumento dos preços da energia e metas de sustentabilidade.

“Escolher o processador adequado para data centers tem sido uma decisão muito importante nos dias de hoje, e os processadores EPYC de 4ª geração é líder em todas as dimensões. Data centers representam a maior oportunidade de crescimento e a prioridade mais estratégica para a AMD, e estamos comprometidos em tornar nossa empresa o parceiro preferido de nossos clientes, com o portfólio mais amplo dos segementos computação de alto desempenho e adaptável”, afirma Dra. Lisa Su, presidente e CEO da AMD.

 Com até 96 núcleos em um único processador, os novos processadores AMD EPYC de 4ª geração permitem implantar servidores mais poderosos em menor número. Segundo a AMD, isso garante mais flexibilidade aos data centers, o que pode contribuir para atender às metas de sustentabilidade dos negócios e também gerar dividendos. A AMD citou benchmarks que mostrando que o EPYC 9654 de 4ª geração com 96 núcleos apresenta desempenho 107% maior na nuvem, 123% maior para cargas de computação de alto desempenho e 94% maior para sistemas corporativos quando comparado com seu seu predecessor Milan.

Em termos de eficiência energética, a AMD cita que, para executar 1.995 máquinas virtuais, seria preciso usar cinco servidores com processador AMD EPYC 9654 com 96 núcleos. Já com a CPU mais recente da Intel, seriam necessários 15 servidores. Isso resultaria em uma redução de 40% em termos de CapEx e 61% em custos de OpEx anualmente, segundo Dan McNamara, vice-presidente sênior e gerente geral da unidade de negócios de servidores da AMD.

Usando uma abordagem do tipo “Segurança por Design”, a família AMD EPYC de 4ª geração traz um conjunto expandido de recursos com camadas físicas e virtuais de proteção, com o dobro chaves de criptografia em comparação a gerações anteriores, que ajuda a manter os dados seguros, estejam eles armazenados localmente, na nuvem ou sistemas de armazenamento.

Os novos processadores AMD EPYC de 4ª geração são compatíveis com memória DDR5 e PCIe® Gen 5, essenciais para aplicaticações de Inteligência Artificial e Aprendizado de Máquina. Além disso, suportam CXL® 1.1+ para expansão de memória.

Analistas dizem que o processador EPYC de 4ª geração coloca a AMD em posição de conquistar mais participação de mercado da rival Intel, que atrasou o lançamento de seu processador Xeon, de codinome Sapphire Rapids. Uma evidência dessa análise vem do fato de essa ser a primeira vez em que fabricantes, como HPE e Lenovo, lançarem uma nova família de servidores com chips AMD à frente de modelos com chips da Intel, disse Matt Kimball, analista sênior do setor de data centers da Moor Insights & Strategy. Além disso, durante o evento de lançamento da AMD, provedores de nuvem, como Microsoft Azure e Oracle Cloud Infrastructure, anunciaram serviços usando o novo chip Genoa, enquanto executivos de fornecedores de servidores, como Dell e Supermicro, anunciaram novidades rodando o novo processador da AMD.

Do outro lado

Os produtos Intel GPU Max Series devem ser lançados em janeiro de 2023. Devem vir com até 128 núcleos Xe-HPC, nova arquitetura voltada para cargas computacionais mais exigentes. Além disso, apresentarão 408 MB de cache L2 – o maior do setor, segundo a Intel – e 64 MB de cache L1 para elevar as taxas de transferência e o desempenho.

A Intel GPU Max Series estará disponíveis em vários formatos para atender diferentes demandas:

  • GPU Max Series 1100: Placa PCIe de 300 watts e dupla largura, com 56 núcleos Xe e 48 GB de memória HBM2e. Várias placas podem ser conectadas por meio de pontes Intel Xe Link.
  • GPU Max Series 1350: Módulo OAM de 450 watts com 112 núcleos Xe e 96 GB de HBM.
  • GPU Max Series 1550: Módulo OAM de 600 watts com 128 núcleos Xe e 128 GB de HBM.
  • Além de placas e módulos individuais, a Intel oferecerá o subsistema Intel Data Center GPU Max Series com placa x4 GPU OAM e Intel Xe Link para permitir comunicação entre várias GPUs de alto desempenho dentro do subsistema.

De acordo com a Intel, o supercomputador Aurora, atualmente em construção no Argonne National Laboratory, se tornará em 2023 o primeiro supercomputador a exceder 2 exaflops de desempenho em computação de dupla precisão Também será o primeiro a mostrar o poder de emparelhar GPUs e CPUs da série Max em um único sistema, com mais de 10.000 blades, cada um contendo seis GPUs da série Max e duas CPUs Xeon Max.

A Intel GPU Data Center Max Series, de codinome Rialto Bridge, será a sucessora dessa linha, com chegada ao mercado prevista para 2024.