5G habilita iluminação inteligente em cidade brasileira

A cidade paranaense de Pato Branco, no estado brasileiro do Paraná, receberá luminárias inteligentes baseadas em conectividade 5G. O projeto está sendo realizado pela Juganu, desenvolvera de soluções de iluminação, e é primeira implementação de small cells 5G (ponto de acesso sem fio de pequenas dimensões) do Brasil, segundo a Claro, a Embratel e a Qualcomm.

Além de garantir iluminação mais eficiente com baixo consumo de energia, as luminárias inteligentes contam com telegerenciamento, câmeras de monitoramento e serviços de conexão com a Internet para a população por meio de WiFi público. De acordo com a Embratel, 10 luminárias inteligentes estão em funcionamento desde dezembro de 2022 e, por meio de licença de uso temporário do espectro, quatro delas passarão a ser conectadas com 5G da Claro e da Embratel.

 Outro benefício do projeto é a antecipação da disponibilidade de sinais 5G para Pato Branco, Pelo cronograma federal, o município receberia serviços de conectividade 5G apenas em 2028. No entanto, as luminárias oferecerão em breve sinal 5G em seu entorno, permitindo aos moradores experimentar conexões 5G da Claro e da Embratel.

“Pato Branco tem o título de capital tecnológica e inovadora do estado do Paraná, e a ativação do sinal 5G certamente abrirá novas portas para o crescimento econômico, aprimorando a infraestrutura urbana e a inovação em diversos setores, principalmente educação, saúde e negócios. Essa conquista nos coloca em uma posição de destaque, sendo pioneira na região sudoeste do Paraná a implementar essa tecnologia de ponta”, destaca Robson Cantu, prefeito de Pato Branco. 

“Nossas soluções promovem o desenvolvimento das cidades e demonstram que a tecnologia é um importante instrumento para transformar elementos como luminárias em dispositivos inteligentes, com funções mais eficientes de segurança e conectividade. As iniciativas de cidades inteligentes são o futuro da gestão mais eficiente e inovadora”, afirma Bruno Gemus, CEO da Juganu no Brasil.

Por meio da rede 5G, as luminárias de Pato Branco poderão operar de forma mais eficiente. A prefeitura conseguirá gerenciar de maneira mais precisa a iluminação pública, identificando possíveis ocorrências com agilidade e realizando manutenções preventivas a partir dos dados coletados pelos equipamentos, segundo Maria Teresa Lima, diretora executiva da Embratel para o setor governamental.

Além da plataforma FSM 100xx 5G RAN, a Qualcomm forneceu tanto soluções para small cells, quanto as câmeras e o sistema de conexão Wi-Fi usadas junto com as luminárias inteligentes.

Outras iniciativas

A instalação de luminárias inteligentes com antena 5G faz parte do programa Conecta 5G, associação entre a Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) e o Parque Tecnológico São José dos Campos, com apoio do Ministério das Comunicações e da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). O objetivo do programa é usar infraestruturas inteligentes com antenas 5G integradas para democratizar o acesso à quinta geração de redes móveis pelos municípios brasileiros. A tecnologia usada no projeto Conecta 5G foi desenvolvida pela Nokia e Juganu com chipset da Qualcomm.

A primeira capital brasileira a receber essa tecnologia de luminárias inteligentes foi Curitiba, no estado do Paraná. Na sequência, vieram Sorocaba, no interior de São Paulo, Araguaína, em Tocantins, e Campina Grande, na Paraíba. Atualmente já são 12 cidades contempladas pela tecnologia, e outras 26 estão em fase burocrática.

Segundo a ABDI, em uma primeira fase, o programa funciona em caráter de teste em uma zona urbana limitada pela prefeitura de cada município. Após o período de testes, os municípios poderão criar um parque de iluminação pública com luminárias inteligentes usando recursos vindos da contribuição municipal para iluminação pública. Além disso, poderão gerar mais fontes de receita com o aluguel das luminárias para as operadoras de telefonia. Outra possibilidade é adotar parcerias público-privadas (PPPs), nas quais as operadoras atendem os usuários finais, e o município opera com serviços próprios.

A ABDI explica que a transmissão dos sinais 5G exige a instalação de, pelo menos, cinco vezes mais antenas em comparação com a quantidade utilizada pelo 4G. Para suportar essa nova infraestrutura, as cidades precisam adequar suas legislações locais à Lei Geral de Antenas, processo que costuma retardar o acesso à conectividade 5G. Já com as luminárias inteligentes do projeto Conecta 5G, os municípios podem solucionar essa questão com mais agilidade, visto que a instalação das antenas ocorre nos postes de iluminação pública.

“Colocar antenas dentro das luminárias resolveria a questão da falta de localidades nos municípios para antenas, independentemente de assuntos regulatórios. No Brasil, postes são propriedades das concessionárias de energia, portanto, um espaço privado, mas as luminárias são do município, públicas”, esclarece Tiago Faierstein, gerente de novos negócios da ABDI.